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Doença do maracujá.

15/12/2009
Agricultores que cultivam maracujá no centro-oeste de São Paulo buscam alternativas para enfrentar uma doença que está destruindo as lavouras. Uma plantação inteira contaminada. O agricultor Luiz Cirillo não conseguiu colher nem a primeira safra. Em menos de um ano, a doença que endurece os frutos se espalhou e destruiu seis mil pés de maracujá que ele cultivava. Um prejuízo de R$ 80 mil. “Perdeu adubo, defensivo, a mão de obra e tempo”, lamentou. O problema é causado por um inseto conhecido como pulgão. Ele é hospedeiro de um vírus e ao se alimentar da seiva das folhas acaba contaminando a planta. Em menos de um ano a doença é capaz de acabar com a lavoura. Os estragos são visíveis. As folhas ficam com uma espécie de bolha. O maracujá não consegue se desenvolver e perde a cor. A casca fica dura e não existe um defensivo agrícola que acabe com a contaminação. O vírus também compromete a comercialização da fruta, que não pode ser vendida para o mercado in natura, por causa da aparência, nem para a indústria, já que a polpa fica reduzida. Os dados do Instituto de Economia Agrícola mostram como a doença tem contribuído para a queda na produção. O Estado de São Paulo chegou a ser o terceiro maior produtor do país, com mais de 50 mil toneladas. Mas desde 2007 a produção despencou e não passa de 25 mil. A doença e os prejuízos causados por ela levaram a Marília pesquisadores no assunto, que buscam uma solução para o problema. A alternativa é cultivar a muda do maracujá em viveiro, protegida do vírus. Quando a planta atingir quase dois metros de altura, ela seria colocada na plantação já mais resistente. Mesmo que venha a ser atingida pela doença, a produção não ficará tão comprometida. “A grande vantagem é que a vida útil do pomar de maracujá deve aumentar em um ou dois anos. A produtividade do pomar, com certeza, também aumentará. Existirá uma precocidade na produção. Com isso, o agricultor terá mais lucro”, explicou Juliano Ayres, agrônomo. Essa é a esperança do agricultor Paulo Sérgio Barbosa. Ele vai utilizar a nova técnica. A expectativa é colher o dobro deste ano, com 40 toneladas por hectare. “A vantagem desse cultivo é que vem uma muda grande e sadia. Ela vai chegar muito mais rápido no arame, tendo a capacidade de descer as cortinas rapidamente, aumentando a produtividade do maracujá", falou. Técnicos do fundo de apoio à cadeia do maracujá no Brasil, da Unesp, da Agência Paulista de Agronegócios, do Instituto Agronômico de Campinas, da USP e da Universidade Federal de Viçosa desenvolvem pesquisas para tentar encontrar a melhor maneira de combater a doença.
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