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Produção agrícola

17/10/2009
Enquanto o país apresentou alta de 27,3% no valor movimentado pela agricultura, região teve queda de 2,1% em 2008 Na contramão do que foi registrado no país, onde o valor da produção agrícola cresceu 27,3% em 2008, a região de Ribeirão viu o valor arrecadado com a produção rural recuar 2,1% na comparação com 2007. A cana-de-açúcar foi a principal responsável pela queda pois, embora tenha apresentado alta na quantidade produzida, o valor ficou menor. Os dados fazem parte da Pesquisa Agrícola Municipal divulgada ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), cujo levantamento englobou 64 culturas. Em todo o país, a produção agrícola alcançou R$ 148,4 bilhões. Nas 89 cidades que formam a região de Ribeirão, o valor da produção foi de R$ 6,534 bilhões, 2,1% a menos que no ano anterior. Principal cultura da região, a cana foi responsável por R$ 3,965 bilhões. A produção nos canaviais da região aumentou 12%, atingindo o total de 147,1 milhões de toneladas. Porém, o valor arrecadado não acompanhou o crescimento e caiu 7,38%. Isso significa que houve uma redução no preço pago aos produtores. Para o economista José Carlos de Lima Júnior, pesquisador da Markestrat, centro de pesquisas ligado à USP (Universidade de São Paulo), o excesso de açúcar e álcool no mercado puxou para baixo o preço pago aos produtores de cana no ano passado. Segundo ele, animados pelo fato de o Brasil ser apresentado como uma matriz mundial de etanol, os produtores investiram no plantio de cana. Porém, de acordo com o economista, a crise econômica mundial que eclodiu em setembro do ano passado fez a demanda pela cana cair. O levantamento mostra que Morro Agudo continua sendo o maior produtor nacional da cultura, com 10,2 milhões de toneladas, o que representou 1,6% do total do país. A quantidade de cana produzida em Morro Agudo cresceu 34,54% na comparação entre 2008 e 2007, mas os produtores da cidade também sentiram um rendimento financeiro menor, de 11,4%. O produtor Alexandre Vanis Volponi, que tem cana plantada em aproximadamente 250 hectares em Morro Agudo, confirmou a queda. Segundo ele, as usinas pagam ao produtor com base no ATR (Açúcar Total Recuperado), que mede a qualidade da cana. "O valor do ATR foi menor em 2008 por uma série de fatores, mas principalmente pelo balanço entre oferta e demanda." /FOLHA RIBEIRÃO Folha de São Paulo Autor: LEANDRO MARTINS
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