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Queima do Alho é uma das atrações típicas da Festa do Peão de Barretos SP

16/07/2023
Crédito: André Monteiro

Patrimônio cultural e imaterial do Brasil, Queima do Alho é uma das atrações típicas do evento. Competição envolvendo elaboração do prato acontece no dia 20 de agosto, integrando a programação da Festa

Preservando os sabores da comida típica do estradão boiadeiro, o Concurso Queima do Alho deixa a 'gourmetização' de lado e mantém a tradição da "comida raiz" do sertanejo brasileiro. Isto porque, na disputa culinária, que acontece desde 1956 na programação da Festa do Peão de Barretos, o que conta é a fidelidade ao sabor e ao modo de preparo de "antigamente". O prato era feito pelas estradas do interior do país quando as comitivas conduziam as boiadas.

Neste ano, já estão confirmadas 20 comitivas de diferentes regiões do país no concurso. A disputa acontece no dia 20 de agosto, a partir do meio-dia, no Rancho Ponto de Pouso, no Parque do Peão, durante a 68ª Festa do Peão de Barretos.

O prato é composto por arroz carreteiro, feijão gordo, paçoca de carne seca e carne de churrasco. "Manter a tradição gastronômica da Queima do Alho é uma homenagem para o Peão de Boiadeiro que, no século passado, movimentou a economia da região e fez a Festa do Peão de Barretos ser o que é hoje", conta João Paulo Martins, um dos organizadores e coordenador do concurso.

Regras priorizam a tradição

No concurso gastronômico, as comitivas de cozinheiros montam seus apetrechos e fazem o tradicional "fogo de chão". Nada de forno elétrico, gás ou micro-ondas. É na lenha que a comida tem que ser preparada. Os utensílios – conhecidos como tralhas – são verificados pelos jurados e precisam ser fiéis aos utilizados no passado.

"Os jurados são pessoas que já viajaram no estradão de boiadeiro e não julgam só a comida. Outros quesitos também pesam na nota final. As comitivas têm que estar com a tralha bem completa dentro dos padrões do estradão, além de verificar a habilidade dos cozinheiros no manuseio e se têm ligações com a tradição", completa João Paulo.

O coordenador alerta, ainda, que inovações "gourmets" e temperos prontos são proibidos. "A ideia é preservar o sabor, que vai se perdendo ao longo dos anos. Nenhum ingrediente ou recurso, além do que os cozinheiros tinham na época da condução das boiadas no século passado, é permitido no concurso", continua.

O resultado é uma comida fiel e disputada. Além do concurso – que chega a receber mais de 2 mil pessoas por edição, entre convidados e imprensa –, o prato também é comercializado ao longo da Festa para os visitantes. No ano passado, mais de 3 mil refeições foram comercializadas, segundo João Paulo.



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