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Merial se volta para a pecuária leiteira no país

22/03/2010
Henry Berger, da Merial: "Consolidação da indústria e o aumento do consumo vão exigir do Brasil uma produção maior e mais investimentos em sanidade" Apesar da indefinição quanto à estrutura de suas operações após a criação da joint venture global com a Intervet/Schering-Plough, que estabeleceu a maior empresa veterinária do mundo, a Merial investe agora no segmento leiteiro para manter seu crescimento no Brasil. A empresa está relançando no país uma linha de produtos voltados especificamente para a pecuária leiteira, um segmento que avança na esteira da indústria de laticínios. "A consolidação da indústria e o aumento do consumo de leite no Brasil e no mundo vão exigir uma produção maior, e o Brasil é um dos países com maior potencial de elevar sua produtividade. Sabemos que esse ganho passa por um tripé formado por nutrição, genética e sanidade", afirma Henry Berger, gerente de marketing de ruminantes da Merial. De fato o potencial brasileiro é alto. Dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) colocam o Brasil como sexto maior produtor global com o terceiro maior rebanho leiteiro do mundo. Em produtividade, no entanto, o país não figura sequer na lista dos 15 maiores. Em média, cada vaca no Brasil produz por ano modestos 1.718 quilos de leite, muito abaixo dos 9.500 quilos produzidos pelas vacas nos EUA e pelos 1.740 das vacas no México. A expectativa da Merial é que as indústrias de lácteos aumentem as exigências em relação à qualidade do leite e sanidade do rebanho e tenham com o pecuarista relação semelhante à que a indústria processadora de aves e suínos tem com seus integrados. Com a consolidação desse mercado, a tendência natural é que os laticínios ganhem escala para atender o mercado interno e também o externo. "Um dos problemas do Brasil em relação ao leite produzido sempre foi a validade considerada curta. Parte disso se deve a questões sanitárias mal resolvidas", afirma o executivo. Dentro do segmento veterinário no Brasil, a pecuária leiteira tem uma participação aproximada de 30%, com movimento anual da ordem de R$ 850 milhões. Na Merial, no entanto, o segmento estava mal organizado até agora e a participação ainda não foi definida. "Também não sei precisar a quanto podemos chegar, mas não estamos entrando no segmento para ser mais um. A liderança é o nosso objetivo", afirma Berger. Por enquanto, a linha de produtos está sendo montada e deve estar concluída até o fim do primeiro semestre de 2010. Além dos 10 que já vinham sendo vendidos pela Merial para a pecuária leiteira no Brasil, mas sem uma estratégia específica para o segmento, pelo menos outros cinco devem ser incluídos na lista. Entre os principais está um antiparasitário importado da Nova Zelândia que não deixa resíduos no leite. Com isso, as vacas podem continuar produzindo diariamente, sem a necessidade de descartar o leite nos dias que seguem à aplicação dos antiparasitários mais comuns do mercado. Os principais mercados de atuação serão os Estados que concentram a maior parte do rebanho leiteiro. Das quase 20 milhões de cabeças leiteiras existentes no país, Minas Gerais (5,1 milhões), Bahia (6,7 milhões), Goiás (3 milhões), Paraná (2,5 milhões) e São Paulo (2 milhões) concentram praticamente todo o rebanho.
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