Vale do Rio Pardo luta pelo fumo em Brasília
11/09/2011
Prefeitos do Vale do Rio Pardo e entidades representativas da fumicultura estão se articulando para defender a cultura em audiências com os governos estadual e federal. A ideia é mostrar a importância econômica e social do tabaco para a região. A criação da Comissão em Defesa da Cadeia Produtiva do Tabaco, em junho, foi criada para reforçar a interlocução com os entes públicos. As lideranças querem levar a preocupação com problemas que têm afetado a principal fonte de receita dos municípios para audiências com os ministérios da Saúde e da Agricultura, Casa Civil, bancada gaúcha e também com o governo do Estado.
Na semana passada, prefeitos da Associação dos Municípios do Vale do Rio Pardo (Amvarp) aprovaram carta que demonstra o clima de incerteza do setor econômico e as dificuldades em vislumbrar um futuro promissor diante da atual situação. Além disso, também está destacado o descontentamento com as medidas de combate ao tabaco "como se fosse o grande vilão de todos os problemas na área da saúde". Outro ponto abordado é a apreensão com o crescimento no contrabando de cigarros diante do aumento da carga tributária incidente no produto brasileiro.
Os problemas de comercialização do fumo devem também contribuir para uma redução de área de plantio na safra 2011/12 de 5% a 10%. Contudo, a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) espera que a área chegue a 350 mil hectares, frente aos 372 mil ha plantados na região Sul no ciclo 2010/11. Segundo o presidente da Afubra, Benício Werner, se o clima colaborar, a produção será entre 720 mil toneladas e 750 mil t. Esse ano, o volume foi de 832 mil toneladas. Ele explica que a comercialização e a classificação têm sido decisivos para os produtores. No ciclo 2008/09, o preço médio foi de R$ 5,90 por quilo, em 2009/10, de R$ 6,48/Kg e no último período 2010/11, de R$ 4,95. "A produtividade de 20% a mais do que na safra anterior foi o que salvou a receita."
Werner acredita que este é o momento de pensar diferente a questão do preço, colocando fiscais do governo acompanhando a classificação nas esteiras. "Quando tem demanda maior que a oferta fica tudo bem. Mas, se há desequilíbrio, as empresas ficam muito rigídas na classificação." Ele avalia que a qualidade na safra 2010/11 não foi tão ruim para haver uma queda tão grande no valor. Nas últimas semanas, a chuva atrapalhou o transplante de mudas, mas, segundo Werner, a melhora nos últimos dias ajudou a acelerar o trabalho.
Correio do Povo