CAFEICULTURA SUSTENTÁVEL
Práticas para reduzir a emissão de carbono poderão render descontos na
apólice de seguro rural
Acordo entre Mapa, Pronatura e CNC concilia a sustentabilidade da cafeicultura
brasileira com a modernização do seguro rural
Práticas para reduzir a emissão de carbono poderão render descontos na
apólice de seguro rural
Por meio de um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) firmado entre o
Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o Conselho Nacional do Café
(CNC) e a Organização Não Governamental (ONG) ProNatura Internacional,
começa a ser desenvolvido o projeto
“Cafeicultura Brasileira Sustentável - Sistema de Compensação de Crédito
de Carbono na Apólice de Seguro Rural no Brasil”.
A proposta tem como objetivo promover práticas agrícolas sustentáveis na
produção de café no Brasil, bem como integrar o sistema de compensação de
crédito de carbono na apólice de seguro rural como incentivo para que os
produtores possam
alcançar benefícios socioeconômicos e ambientais.
Nesta quinta-feira (17) foi dado o primeiro passo para a execução do projeto.
Após análise e visitas in loco, a Cooperativa dos Cafeicultores da Zona de
Três Pontas (Cocatrel), de Minas Gerais, foi selecionada como piloto da
proposta. O secretário
de Política Agrícola do Mapa, Guilherme Campos, se reuniu com o presidente do
CNC, Silas Brasileiro, o presidente executivo do ProNatura Internacional,
Marcelo de Andrade, o presidente da Cocatrel, Jacques Fagundes Miari e o
pró-reitor de Pesquisa e
Inovação da Universidade Federal de Lavras (UFLA), Luis Roberto Batista, além
dos coordenadores do ACT, João Nicanildo Bastos dos Santos (coordenador de
Monitoramento e Inovação no Departamento de Gestão de Risco do Mapa), Luiza
Mantiça Kreimeier
(assessora técnica do CNC) e Jose Rozinei da Silva (diretor executivo do
ProNatura), para detalhar os próximos passos da “Cafeicultura Brasileira
Sustentável”.
Conforme previsto no projeto, a partir da adoção de práticas sustentáveis
que reduzam a emissão de carbono na atmosfera, conforme métricas a serem
estabelecidas, produtores cooperados da Cocatrel poderão utilizar seus
créditos de carbono para
bonificação na apólice do seguro rural. A operação será feita junto a
instituições financeiras internacionais.
A escolha da cooperativa foi feita após análise do perfil dos produtores.
Atualmente, a Cocatrel conta com cerca de 8,5 mil cooperados, sendo que,
aproximadamente 80% deles atuam em propriedades com área entre 5 e 12 hectares.
Produtores cooperados interessados em aderir ao projeto deverão aplicar as
práticas estabelecidas pelas instituições parceiras. Trata-se de atividades
que já são realizadas pelos cafeicultores, como a adubação verde, utilizando
plantas de
cobertura que evitam a erosão do solo, possibilitam maior reserva de água e da
biodiversidade, ampliação do uso de compostos orgânicos, entre outros. A
partir da metodologia de aferição definida, os créditos de carbono poderão
ser utilizados para
compensação do valor da apólice do seguro rural. Além do benefício para que
pequenos e médios produtores possam ter acesso ao Seguro Rural, a medida ainda
agrega valor ao produto oferecido.
O Brasil é o maior produtor e exportador de café do mundo - responsável por
cerca de 38% da produção global - e tem a União Europeia, um dos mercados
consumidores mais exigentes, como seu principal destino.
Para esta primeira etapa do projeto Cafeicultura Brasileira Sustentável, a
expectativa é abranger uma área de 60 mil hectares. A Cocatrel atende 125
municípios.
O projeto propõe o incentivo a práticas agrícolas sustentáveis, encorajando
a adoção de técnicas de cultivo que minimizem o impacto ambiental e promovam
a preservação de recursos naturais; compensação financeira de créditos de
carbono por
meio de um sistema de geração e comercialização dos créditos para os
produtores que adotarem práticas sustentáveis; redução das emissões de
carbono na produção de café, implementando ações para diminuir as emissões
de gases de efeito
estufa ao longo do processo produtivo do café e apoio à segurança e
estabilidade no setor agrícola, garantindo a proteção e a viabilidade
financeira dos produtores de café por meio da integração dos créditos de
carbono à apólice do seguro
rural.
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