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Por um plantio de qualidade

20/09/2010
Resolução da Seab retoma critérios para implantação de terraços nas áreas de plantio direto; não cumprimento da norma pode render multa de até R$ 10 mil Está em vigor desde o início desse mês a Resolução 172, da Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab), que estabelece critérios para a implantação de terraços em sistema de plantio direto. A norma foi editada conforme recomendações técnicas do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), que publicou um boletim com levantamento feito em campo o qual apontou a ausência de terraceamento ou a retirada desses sistemas em muitas propriedades do Estado nos últimos anos. O terraceamento, segundo pesquisadores, é um mecanismo que, quando aplicado junto com o plantio direto, principalmente, serve para diminuir e minimizar problemas com erosão. A medida, contudo, é apenas uma das práticas conservacionistas de solo e água que o instituto e a secretaria, junto com outras entidades do setor, tentam implantar, incentivar e reforçar no Paraná em busca de um Sistema de Plantio Direto (SPD) na Palha com qualidade. Nos últimos anos, observa Rafael Fuentes Llanillo, pesquisador da área de socioeconomia do Iapar, notou-se que muitos produtores começaram a relaxar no quesito terraceamento, com a ideia de que só o SPD, que é bastante eficiente em reduzir perdas de solo, fosse suficiente para evitar a erosão. ''Havia uma decisão velada de abandonar os terraços'', relata ele, reforçando que apenas o plantio direto não resolve. A questão, acrescenta Augusto Guilherme de Araújo, pesquisador da área de engenharia agrícola, consiste no fato de que o que determina a erosão são basicamente a quantidade e intensidade de chuva. ''E nas últimas safras o volume pluviométrico foi alto, o que intensificou o problema da falta de terraceamento'', destacou o pesquisador. E a preocupação, frisa ele, é que pela média levantada pelo instituto, chove muito uma vez a cada seis anos. Mas pode acontecer duas vezes seguidas como nos últimos dois anos. ''E estamos com perspectivas de mudanças climáticas, os eventos extremos vão aumentar'', alerta o pesquisador. Comparação de espaçamento O estudo do Iapar, por sua vez, comparou recomendações de espaçamento entre terraços do Iapar e do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), levando-se em conta a retirada total e parcial de terraços. Considerou ainda os espaçamentos entre os terraços, dois sistemas de manejo de solo, com SPD e o convencional, e dois níveis de erosividade de chuva. Conforme João Henrique Caviglione, pesquisador da área de geoprocessamento do Iapar, o estudo mostrou que o SPD é fundamental mas sem abrir mão de práticas mecânicas, como o terraceamento. E o problema, ressalta o pesquisador, é que muitos eliminaram o terraço nos últimos anos. ''Isso não é julgamento, é lembrete'', frisa. O pesquisador salienta que cada região tem suas características e que antes de se instalar terraços é preciso levantar alguns pontos da propriedade, como tipo de solo e índice pluviométrico. Contudo, no cenário estudado pelos pesquisadores, as perdas de solo simuladas em plantio convencional, por exemplo, foram em média 1,8 vezes maiores em relação ao SPD nas mesmas situações de erosividades e espaçamento entre terraços. Entre outras conclusões, o estudo também apontou que em SPD a prática de remover um terraço a cada dois não é recomendada para culturas anuais. Além disso, os terraços com espaçamentos recomendados pelo Iapar foram eficientes e devem ser mantidos. Serviço: O Iapar disponibiliza o boletim por meio do site www.iapar.br. O interessado pode fazer o download gratuitamente. A versão impressa será vendida a R$ 5. Folha de Londrina Autor: Erika Zanon
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