Avicultura uruguaia
05/10/2014
De acordo com noticiário da imprensa local, a avicultura uruguaia vem levantando críticas à presença norte-americana e brasileira no mercado de frangos do Uruguai e, afetada pelo produto estrangeiro, está solicitando a intervenção governamental nas importações.
As denúncias principais recaem sobre os EUA. Em abril deste ano, em ato de reciprocidade ao governo dos EUA (que liberou a entrada no país da carne ovina uruguaia), o governo de Montevidéu abriu as portas do país ao frango norte-americano.
Embora vigore há cerca de seis meses, tal abertura não vinha, parece, ocasionando maiores problemas à avicultura do país vizinho. Mas tudo indica que isso começou a mudar a partir do instante em que os russos bloquearam o frango norte-americano. Com a perda de um de seus principais mercados, a avicultura dos EUA teve que recorrer a outras praças. E uma delas é o mercado uruguaio, onde conforme a associação avícola local o frango está chegando a preços inferiores ao da própria produção uruguaia.
Para impedir que a prática continue pois vai acabar com a avicultura do Uruguai, alerta o setor avícola as lideranças do setor estão solicitando ao governo o estabelecimento de quotas de importação para o produto proveniente dos EUA.
A queixa em relação ao Brasil é a de que foi violado um acordo de 2010, pelo qual só o frango inteiro poderia ser exportado para o mercado uruguaio. Mas, segundo empresários avícolas locais, um contêiner contendo peito de frango foi exportado para o país.
Aparentemente, o que está sendo chamado de violação brasileira não passa de procedimento de mercado característico dos períodos de entressafra da carne (que neste instante atinge todos os países do Hemisfério Sul). Ou seja: os preços internos aumentaram significativamente e alguém buscou, como solução, a importação do país vizinho.
É, portanto, algo rapidamente superável, o que não ocorre com as importações provenientes dos EUA. E o empresário Daniel Pereira, presidente de uma das entidades avícolas uruguaias, também aponta nessa direção ao observar que as negociações com os EUA não serão fáceis posto que - diferentemente do Brasil, que tem uma quota predeterminada não há qualquer limitação no acordo firmado entre os governos uruguaio e norte-americano.
Entendendo que as negociações serão demoradas, os avicultores uruguaios pleiteiam, de imediato, o aumento da devolução de parte do imposto incidente sobre as exportações avícolas, elevando-a de 4% para 6%. Assim explicam os mercados hoje servidos pelo Uruguai serão melhor atendidos, pois os preços atualmente praticados se encontram em um patamar que coloca em risco a viabilidade das exportações.
Avisite