Em Goiás, seca gera prejuízo de R$ 1,3 bilhão aos sojicultores
16/02/2014
A diminuição de chuvas de grande proporção sofrida em Goiás desde o dia 15 de dezembro do ano passado já pode comprometer 15% da produção de soja do Estado, de acordo com estimativa da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg). O percentual representa o déficit de 1,4 milhão de toneladas do grão e prejuízos de R$ 1,3 bilhão aos produtores.
O presidente da Faeg, José Mario Schreiner, esclareceu que a redução de 15% da produção de soja é uma estimativa, mas que o índice de perda da produção do grão já está consolidada em cerca de 6%. Os custos da produção aumentaram e novas pragas, como a lagarta falsa-medideira, estão atacando lavouras e são ainda mais rigorosos na seca. Os produtores precisam agir com muita cautela no plantio da safrinha, orientou o presidente.
Com a colheita da soja iniciada a safrinha já está sendo plantada. Diante de um cenário de incertezas nos preços do milho e de falta de chuvas para iniciar o plantio, os produtores estão receosos, mesmo que ainda seja cedo para afirmar qual será o tamanho da área de safrinha plantada.
Rosidalva Lopes, superintendente de Políticas e Programas da Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia (Sectec), esclareceu que o fenômeno que deve gerar tantos prejuízos ao produtor goiano não se caracteriza mais como veranico, mas sim como seca meteorológica, pois ultrapassa dez dias sem chuva. O produtor que pretende plantar a safrinha precisar providenciar reservatórios de água para irrigação e estar atento às condições meteorológicas, aconselhou.
A superintendente informou ainda que os índices de chuva registrados nos meses de janeiro e fevereiro deste ano foram os mais atípicos desde a criação da estação de monitoramento da Sectec, há 13 anos. Choveu a metade do previsto para janeiro e a previsão é que as chuvas continuem abaixo da média nos meses de fevereiro e março.
Balanço
Goiás teve um bom início de safra com bom volume de chuvas até a metade do mês de dezembro. É importante salientar, entretanto, que está estiagem ocorreu em locais isolados, mesmo dentro de uma mesma região ou município.
Ocupando mais de 75% da área plantada no verão em Goiás, a soja foi a principal cultura prejudicada. O maior problema ocorre por esta falta de chuvas ter se dado no período de enchimento do grão, crucial para o desenvolvimento das plantas de soja. Isso resulta numa má formação de vagens e grãos, que são colhidos com menor peso.
Este quadro de falta de precipitações é mais prejudicial nas lavouras com solo mais arenoso, que retém menor quantidade de água, agravando o problema da seca. Outras culturas como a do milho e feijão também têm sido afetadas, mas em menor grau, pois a área plantada é menor, onde é mais difícil avaliar os prejuízos até o momento.
FAEG - Federação da Agricultura do Estado de Goiás