Pesquisa define manejo
27/06/2013
A fruta é pequenina e possui uma polpa poderosa. Supera o teor de vitamina C da acerola em 20 vezes. Já em relação ao limão, essa proporção alcança uma centena. Trata-se do camu-camu (Myrciaria dubia H.B.K. McVaugh), uma fruta nativa da Amazônia que teve o manejo de sua cultura definido por pesquisadores da Embrapa Amazônia Oriental. Os resultados representam um avanço para a domesticação da espécie e estão disponíveis para o grande público no livro de bolso A Cultura do Camu-Camu.
Devido ao elevado índice de ácido ascórbico (vitamina C), o fruto do camu-camu é considerado um poderoso antioxidante e coadjuvante na eliminação de radicais livres, o que proporciona retardo no envelhecimento, afirma a pesquisadora Walnice Nascimento, referindo-se a um dos atrativos da fruta. Ela divide a autoria da publicação com o pesquisador José Urano de Carvalho, ambos da Embrapa.
O camucamuzeiro tem ocorrência pelos rios da floresta amazônica do Brasil, Colômbia, Guiana Inglesa e Venezuela, sendo facilmente encontrado nas margens de rios e lagos de água escura. A planta tem formato arbustivo e o fruto também é conhecido como araçá dágua em algumas localidades. A polpa pode ser consumida na forma de refresco, sorvete, licor, geleia, doce e coquetel. Nos Estados Unidos, já são comercializados tabletes de vitamina C natural, produzidos a partir do camu-camu importado da América do Sul.
O livro faz parte da Coleção Plantar, coletânea de livros de bolso da Embrapa, e trata de diversos aspectos que envolvem o manejo do camu-camu, tais como as condições adequadas de clima, solo, meios de propagação e tratos culturais. Há também informações sobre valor nutricional, colheita, beneficiamento, conservação e rendimento industrial. A edição traz ainda ilustrações de como identificar frutos e ramos atacados por insetos-pragas.
Pesquisa
A Embrapa Amazônia Oriental começou pesquisa para melhoramento genético do camucamuzeiro em 2008 e atualmente dez clones estão sendo avaliados em três localidades no Pará. A pesquisa busca selecionar aqueles mais produtivos e com maiores índices de ácido ascórbico e antocianina, afirma Walnice Nascimento. A pesquisadora estima que dentro de três a quatro anos o centro de pesquisa poderá lançar os clones de camucamuzeiro indicados para diferentes regiões do estado.
Serviço
O livro A Cultura do Camu-Camu pode ser adquirido no posto de vendas da Embrapa Amazônia Oriental (Travessa Dr. Enéas Pinheiro s/nº, Belém/PA) ou no site http://www.embrapa.br/liv.
Mais informações pelo e-mail cpatu.vendas@embrapa.br ou telefone (91) 3204-1044.
Vinicius Soares Braga Jornalista (MTb 12.416/RS)
Colaboração: Kamila Nascimento
Embrapa Amazônia Oriental
(91) 3204 1192 / vinicius.braga@embrapa.br