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Farelo de soja sobe 36%

13/06/2013
Farelo de soja sobe 36% ante mínima do ano por compras da indústria e dólar O farelo de soja no mercado brasileiro acumula alta de 36 por cento desde a menor cotação do ano, no início de abril, com um movimento de recomposição de estoques pelo setor de aves e suínos, pela alta nas cotações internacionais e por influência dos recentes ganhos na cotação do dólar. O farelo de soja na região de Campinas, uma das referências do mercado, foi negociado a 989 reais por tonelada na quarta-feira, ante uma cotação de 727,81 reais em 8 de abril, a menor do ano, segundo dados do Cepea, centro de pesquisas da Universidade de São Paulo. O farelo, um dos principais ingredientes da ração animal, junto com o milho, chegou a atingir um pico de 1.400 reais por tonelada em agosto do ano passado, acompanhando preços internacionais. A partir do início deste ano, acentuou queda que se estendeu até abril, pressionado pela entrada da safra recorde de soja do Brasil de mais de 80 milhões de toneladas. O recuo dos preços motivou uma recomposição de estoques pelas empresas do setor de carnes, dizem especialistas. "Seguraram no fim do ano passado, seguraram no início deste ano. As vendas de carnes estavam num momento ruim, mas voltaram a se recuperar, então agora é hora de renovar estoques (de ração), é hora de se programar tanto para o período de meio de ano quanto para um segundo semestre que já é entressafra no Brasil, em termos de soja", disse o pesquisador do Cepea Lucilio Alves. "As indústrias estão buscando estes contratos e tentando renovar seus estoques", acrescentou ele. O dólar acumula valorização de cerca de 7,5 por cento desde o início de abril, enquanto o farelo de soja na bolsa de Chicago registrou ganhos de pouco mais de 14 por cento. Os dois fatores combinados impulsionam o mercado de farelo no país, já que o produto também é exportado. "Essa alta é um pouco sazonal... Para mim não é surpresa. Talvez subiu mais que esperado pela conjugação Chicago e dólar em alta também", afirmou o analista Steve Cachia, da Cerealpar. A soja em grão tem acompanhado apenas em parte a alta do farelo. O grão subiu 17,5 por cento desde 8 de abril no mercado de Paranaguá, referência para o mercado. "É o farelo que está dando sustentação à soja em grão. Apesar de uma crise mundial econômica, a população ainda está consumindo produtos mais elaborados, principalmente carnes", disse Alves, lembrando que os preços do óleo de soja estão praticamente estáveis nos últimos meses, acompanhando uma estabilidade no mercado de petróleo. O maior peso na composição do preço da soja é o farelo. No processamento do grão, cada tonelada produz 780 kg de farelo e 220 kg de óleo. IMPACTO PARA INDÚSTRIAS A retomada nos preços do farelo de soja já preocupa as indústrias de carnes. Ao longo de 2012, o setor sofreu com o aumento de custos de ração, após uma seca prejudicar a colheita nos EUA e elevar os preços de soja e milho no mundo inteiro. O presidente da União Brasileira de Avicultura (Ubabef) alerta que essa alta nos custos poderá ser repassada mais rapidamente aos consumidores do que em 2012. "Havia uma diferença no ano passado. Os estoques (de carnes) eram maiores, a produção era maior. Então ficava até mais difícil repassar preços. Neste ano, com uma produção menor, o setor bem mais ajustado (...) o impacto no preço (nos supermercados) acontece repentinamente", disse Francisco Turra, em entrevista. Uma vez que o Brasil se prepara para colher nas próximas semanas uma safra recorde de milho de segunda safra, a preocupação em relação aos custos reside sobre a soja, que foi colhida no início do ano. "Há milho abundante. (...) O que preocupa mesmo é o farelo. Como o estoque no mundo é baixo, há mais procura do farelo brasileiro", completou. Segundo o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), os estoques globais de farelo de soja ao final da temporada 2012/13 serão de 9,53 milhões de toneladas, em baixa ante os 9,84 milhões ao final de 2011/12. Na União Europeia, importante importador, os estoques finais de 12/13 foram estimados em 190 mil toneladas, contra 280 mil toneladas em 11/12. Reuters
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