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Seminário na 49ª Reunião Anual da SBZ debate a pecuária brasileira

25/07/2012
As palestras apresentadas nessa terça-feira (24) no primeiro dia do Seminário Brasileiro sobre Produção Animal, durante a programação da 49ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia (SBZ), no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília (DF), tiveram um foco comum: a intensificação da pecuária. O processo de intensificação da pecuária, na opinião do assessor técnico da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Casa Civil, Arnaldo Carneiro Filho, permitirá novos arranjos produtivos no Brasil. A pecuária, que atualmente é dispersa no território, deverá ser mais concentrada, disponibilizando terras para outras atividades econômicas. "Com ganho de produtividade e aumento da taxa de lotação, a expectativa é que sejam liberados 72 milhões de hectares, que permitirá um redesenho da paisagem agrícola nacional", ressaltou. A gestão territorial, de acordo com Arnaldo Carneiro, é estratégica para o desenvolvimento da política agrícola brasileira. Para auxiliar a tomada de decisões nesta área, uma rede de instituições de pesquisas, que inclui a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária- Embrapa, está desenvolvendo um modelo para monitoramento da dinâmica agrícola nacional. A primeira versão do software deverá ser disponibilizada em agosto. Efeito Poupa-Terra - a intensificação da produção pecuária e a maior adoção de tecnologias têm gerado o efeito poupa-terra. "São milhões de hectares que estão deixando de ser utilizados e desmatados em função dos ganhos de produtividade. A partir de 1985, o grande vetor que explica o crescimento da pecuária brasileira é o ganho de produtividade, que é o produto entre o desempenho animal e a taxa de lotação", explica o pesquisador Geraldo Martha Júnior, da Embrapa Estudos e Capacitação. Conforme projeções econômicas para 2020 feitas pelo Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais - Icone, o pasto irá ceder área em todas as regiões brasileiras como resultado da maior intensificação da atividade e pela competição com a agricultura. Ao apresentar as tendências, Gabriel Granço destacou que ocorrerá uma redução de 63% no ritmo de incorporação de novas áreas para agropecuária e as lavouras de segunda safra ampliarão sua importância, sendo responsáveis por 19% da produção total de grãos em 2020. O representante da Marfrig Group, Mathias Almeida, afirmou que a indústria também tem como meta aumentar a capacidade de produção sem expandir as áreas. "Um dos nossos desafios é lidar com a crescente demanda de carne bovina de maneira sustentável. Para a indústria, a sustentabilidade é uma caminho sem volta. Faz parte da estratégia de negócios", declarou. Integração Lavoura-Pecuária-Floresta - o chefe-geral da Embrapa Cerrados José Roberto Peres considerou o sistema Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF) a terceira revolução na agricultura brasileira. "As duas grandes revoluções que tivemos foram a incorporação do Cerrado e o sistema de Plantio Direto. Agora estamos na terceira revolução que mudará a matriz agrícola brasileira", disse. A iLPF, ao integrar em uma mesma área pecuária, lavoura e floresta, permite o aumento na produtividade de carne, leite, grãos e madeira. O sistema ainda contribui para a mitigação da emissão de gases de efeito estufa, fixação de carbono e biomassa no solo. A Pecuária e as Mudanças Climáticas será o tema do segundo dia do Seminário Brasileiro sobre Produção Animal, nesta quarta-feira (25). O evento encerra nesta quinta-feira (26) com o tema: Pecuária e Políticas para o Desenvolvimento. Embrapa Cerrados Autor: Liliane Castelões
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