Dilma considera avanço decisão dos EUA
18/06/2011
Brasília A presidenta Dilma Rousseff considerou nesta sexta-feira (17) um avanço a decisão aprovado nesta quinta-feira (16) pelo Senado dos Estados Unidos de acabar com os subsídios ao etanol, embora isso não tenha efeito imediato sobre as exportações brasileiras.
É um avanço porque, pela primeira vez, aparece claramente uma posição que reconhece que há incentivos, subsídios, um protecionismo excessivo, disse, após participar do lançamento do Plano Agrícola e Pecuário 2011/2012, em Ribeirão Preto (SP). Não posso dizer qual a eficácia disso, mas tem um fator simbólico importante.
O Senado norte-americano aprovou o fim dos subsídios ao etanol produzido a partir do milho nos Estados Unidos, o que pode vir a fortalecer as exportações do produto brasileiro, extraído da cana-de-açúcar.
Embora represente uma mudança na posição do Senado dos EUA, a decisão ainda precisa ser aprovada pela Câmara dos Representantes. Só depois, o assunto será encaminhado para a sanção pelo presidente Barack Obama. Em outras ocasiões, ele já se posicionou contra o fim imediato dos subsídios.
Com a emenda aprovada pelo Senado, os EUA devem revogar os subsídios para a indústria do etanol. Com isso, será eliminada a tarifa de US$ 0,45 por galão de etanol misturado à gasolina e mais a taxa de importação de US$ 0,53 por galão de etanol.
O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, também elogiou a decisão do Senado dos EUA de aprovar a revogação dos subsídios para o etanol. O valor do crédito fiscal chega a US$ 6 bilhões por ano. Mas, segundo o chanceler, ainda há um longo trâmite a percorrer até a decisão final.
[O governo brasileiro] aprecia [a decisão tomada pelo Senado dos Estados Unidos] porque atende a uma reivindicação antiga, disse Patriota, no Itamaraty, depois de almoçar com o ministro das Relações Exteriores de Moçambique, Oldemiro Balói.
A questão nos Estados Unidos envolve interesses regionais. As regiões agrícolas são contrárias à decisão aprovada pelos senadores, enquanto as demais são favoráveis.
O Brasil é o segundo maior produtor mundial de etanol. Os EUA são ocupam o primeiro lugar no ranking.
Agência Brasil
Autor: Yara Aquino, Luciana Lima e Renata Giraldi*