As operações no mercado cafeeiro finalizaram a terça-feira com leve baixa. Em N.Y. a posição março variou entre a máxima de +2,35 pontos e mínima de -2,30 fechando com -0,85 pts.
O dólar finalizou o dia com queda de 0,24%, cotado a R$ 1,6930. O mercado cambial se mostrou bem volátil com u m volume de negócios mais fraco em meio à atenção dos agentes locais ao comportamento do Banco Central e ao vaivém da moeda dos EUA em relação ao euro. Segundo operadores, dados norte-americanos favoráveis aumentaram as expectativas quanto à recuperação econômica do país e ampliaram a possibilidade de o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) manter a atual política monetária na reunião de hoje. O Banco Central realizou apenas o leilão vespertino de compra e fixou a taxa de corte em R$ 1,6927.
Nos EUA, as vendas no varejo subiram 0,8%, acima da estimativa dos economistas de alta de 0,5%. O índice de preços ao produtor (PPI) também avançou 0,8% em novembro, maior aumento desde março e o quinto consecutivo, superando a previsão de alta de 0,6%. O núcleo do PPI, que exclui variações dos preços de energia e alimentos, ficou em linha com a estimativa de elevação de 0,3%. Outro dado favorável foi o crescimento nas vendas mais rápido do que o crescimento nos estoques das empresas dos EUA: os estoques subiram 0,7% em outubro em relação a setembro, para o nível mais elevado desde fevereiro de 2009, enquanto as vendas subiram 1,4%.
Na Europa, o avanço do índice Zew de expectativas econômicas na Alemanha para 4,3 pontos em dezembro, no segundo mês seguido de alta, ajudou a dar suporte ao euro durante a manhã de hoje, enquanto pesou negativamente o aumento de 0,7% na produção industrial da zona do euro em outubro ante setembro e de 6,9% em relação a outubro do ano passado, ambos abaixo do previsto.
A previsão para a próxima safra 2011 de café indica que a produtividade não deverá ser prejudicada somente pela bianualidade negativa do café (que intercala um ciclo alto e outro baixo). As fortes estiagens que algumas lavouras sofreram desde o inicio de abril também podem comprometer a produção do ano que vem, informa a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em boletim divulgado hoje com a quarta e última pesquisa sobre a safra 2010. A primeira previsão sobre a safra 2011 ainda não tem data de divulgação.
Segundo a Conab, muitos cafezais ficaram mais de cinco meses com volumes de chuvas abaixo da média, o que contribuiu para um maior desfolhamento das plantas.
No entanto, no mês de novembro, as chuvas estiveram acima da média em praticamente todo o Estado de Minas Gerais, no Espírito Santo, no oeste, centro-sul e sul baianos, o que favoreceu o crescimento de novos ramos e a formação dos frutos. Em contrapartida, na região central de São Paulo, em parte do norte do Paraná e em pontos isolados do sul de Minas, as chuvas ocorreram abaixo da média e algumas lavouras permaneceram com baixos índices de área foliar, o que chegou a prejudicar o pegamento dos chumbinhos.
Para os próximos meses, a Conab ressalta que a previsão meteorológica indica maior probabilidade de as chuvas ocorrerem em volume acima ou próximas da média histórica nas principais regiões produtoras. No Paraná, porém, o risco de estiagens é maior em virtude dos efeitos do fenômeno La Niña, o que poderá reduzir o porcentual de umidade disponível no solo e favorecer o ataque de pragas.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) vai realizar um leilão de 50 mil sacas de café no início de janeiro. O produto estocado é do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé). É um leilão que não interfere no comportamento do mercado, informou o secretário de Produção e Agroenergia, Manoel Bertone, do Ministério da Agricultura. De acordo com Bertone, a reação do mercado será monitorada e, se houver necessidade, os leilões serão suspensos. O CDPC liberou, em maio do ano passado, a retomada da venda dos estoques antigos de café, que foram adquiridos antes de 1989. O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, autorizou o reinício das vendas desses estoques, na semana passada, em decorrência do atual comportamento de preços e da necessidade de liberação de alguns armazéns. As informações são da Agência Estado.
Cepea/Esalq