Boas novas no negócio de adubos
23/08/2010
O Brasil construiu o cenário ideal para o futuro do agronegócio e está atraindo grandes empresas multinacionais para o setor de fertilizantes, as quais escolheram o Rio Grande do Sul para se instalar. Três novas já estão no porto de Rio Grande: a Ilsa, italiana que começou em Portão, a primeira e única a produzir fertilizante nitrogenado no Estado e a única na América Latina a utilizar fonte orgânica neste nutriente, isto é, restos de couro da indústria calçadista; a Nidera, companhia dos Países Baixos, com faturamento de US$ 26 bilhões, que já começou a operar em Rio Grande; e a CHS, uma união de 1.500 cooperativas norte-americanas, também com faturamento de US$ 26 bilhões, que começou a investir U$ 1 bilhão no Brasil, pelo Paraná e agora chega ao Rio Grande do Sul.
Boas novas II - Dependência
As informações são do presidente do Sindicato das Indústrias de Adubos-RS (Siargs), Torvaldo Antonio Marzolla Filho, também diretor de Relações Institucionais da Timac Agro (Roullier Brasil), outra fabricante de adubos instalada no porto gaúcho. O industrial está entusiasmado porque as novas empresas ajudarão a diminuir a dependência brasileira aos fertilizantes importados, fortalecerão a economia do Rio Grande do Sul, o setor e o próprio sindicato. O Brasil é o quarto maior consumidor mundial de fertilizantes, atrás dos Estados Unidos, Índia e China, o líder, e importa cerca de 65% do que precisa.
Boas novas III - Vale
Outra boa novidade para os gaúchos é que a Companhia Vale, brasileira que é uma das maiores empresas de minérios do mundo, seguiu o conselho do presidente Lula para que investisse também em fertilizantes, e vai usar Rio Grande como grandes pulmões para armazenar matéria-prima que trará de minas que adquiriu no Peru e na Argentina. A Vale começou comprando a mineira Fosfertil, em maio, depois, adquiriu uma mina de rocha fosfática, produto indispensável para adubos e 100% importado, em Bayovar, no Peru, e outra de cloreto de potássio, também fundamental, em Neuquén, na Argentina. O fósforo virá de navio, pelo oceano Pacífico, e entrará no Atlântico pelo Sul do continente, chegando ao porto de Rio Grande, o primeiro brasileiro na região. Neuquén está a pouco mais de 1.000 km de Rio Grande e mandará o potássio para lá.
Boas novas IV - Importação
Em Rio Grande, os produtos ficarão armazenados, possivelmente com a Bunge ou com a Yara, que possuem terminais portuários privativos, e só serão considerados importação quando vendidos para as empresas locais Bunge, Yara e Timac Agro ou para as de outras regiões do País. Todas precisam deles porque o País importa 65% dos nutrientes usados para a fabricação de adubos, com custo de cerca de US$ 5 bilhões/ano para o bolso dos agricultores brasileiros, segundo a Associação dos Misturadores de Adubos do Brasil. Vindo da Vale, será importação de uma empresa brasileira. Dados da Ama apontam ainda que o País importa cerca de 90% de potássio, 50% de fósforo e 65% de nitrogênio.
Jornal do Comércio
Autor: Danilo Ucha