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Fórum defende “desburocratização” do sistema de rastreabilidade de bovinos

11/08/2010
O presidente do Fórum Nacional Permanente da Pecuária de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antenor Nogueira, defendeu nesta terça-feira (10) a “desburocratização” do sistema de rastreabilidade do rebanho brasileiro. Em reunião na sede da CNA, em Brasília, para discutir a Plataforma de Gestão Agropecuária (PGA), que vai servir de base para o novo Serviço de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos (Sisbov), ele lembrou que o modelo atual, além de ser oneroso e difícil de ser cumprido, não traz vantagens financeiras para os pecuaristas. “Os frigoríficos recebem animais prontos para exportação, exportam a carne, mas não pagam para o pecuarista o diferencial que ele gastou com a rastreabilidade”, afirmou. O PGA estabelece uma série de alterações no sistema nacional de rastreamento. Uma das mudanças previstas no PGA é a possibilidade de dois tipos de identificação nas fazendas: coletiva ou individual. A coletiva é para os animais cuja carne ficará no mercado interno ou será exportada para países que não exigem a rastreabilidade do rebanho. A segunda é a “brincagem” individual do rebanho, exigência da União Européia (UE) para compra de carne bovina. Hoje, só é possível rastrear os animais individualmente. “No novo modelo, o brinco vai informar se os animais podem ir ou não para exportação, posição que depende do pagamento de um bônus pelos animais entregues com o brinco individual.”, afirmou. Nogueira lembrou que uma das finalidades do novo modelo de rastreabilidade é garantir a retomada do volume de exportação para a UE, comércio que está abaixo do potencial desde 2008, quando as autoridades européias, sob alegação de deficiências no modelo de rastreabilidade adotado pelo Brasil, restringiram as importações de carne do Brasil. O novo modelo também vai possibilitar o aumento de comercialização de carne rastreada no mercado interno que, segundo Antenor Nogueira, é o principal destino do produto. “Queremos melhorar a gestão das propriedades brasileiras. Temos o maior rebanho comercial do mundo. O PGA não é um sistema voltado apenas para a exportação. O mercado interno é nosso principal cliente. Apenas 3% da carne produzida no País vai para a União Européia.”, completou. Presente à reunião, o coordenador do Sisbov, Naor Luna, do Ministério da Agricultura, admitiu que os produtores são prejudicados pela “burocracia” do sistema de rastreamento. “O produtor fazia tudo certinho, mas às vezes faltava apenas algum documento. Uma burocracia que gerava uma não conformidade.”, afirmou. Ele lembrou que hoje apenas os 27 países da UE cobram a rastreabilidade. O Chile, contou, chegou a sinalizar com a exigência da rastreabilidade, pleito que não foi adiante. Aos representantes do setor que participaram da reunião do fórum, ele lembrou que o número de auditores aumentou nos últimos anos: de 80 em 2007 para os atuais 600. Antenor Nogueira explicou que o PGA permitirá que o produtor tenha uma senha para acessar ao sistema de onde estiver, inclusive para impressão de Guias de Trânsito Animal (GTA), documento que autoriza o trânsito de animais entre fazendas e para frigoríficos. Outra vantagem do PGA é a ampliação do controle sanitário, já que eventuais problemas poderão ser comunicados eletronicamente para o escritório local responsável pela propriedade que forneceu os animais. “O escritório recebe essa informação e, a partir daí, poderá ser desencadeada uma visita a essa propriedade para verificar possíveis deficiências.”, explicou. CNA
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