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Crise na fruticultura: produção do mamão cai 30%

09/08/2010
O Espírito Santo é o maior exportador e segundo maior produtor de mamão papaya do país. Mas o mercado está em crise e empresas já fecharam as portas O maior mercado exportador e segundo maior produtor do mamão papaya no Brasil, o Espírito Santo, está em crise. A produção declinou cerca de 30% em relação ao ano passado e fez o volume de exportação cair 7%. A situação levou empresas capixabas produtoras e exportadoras do produto a fecharem suas portas. Isoladamente, nos meses de junho e julho desse ano, houve uma redução de até 80% nos volumes de produção na região norte do Estado. Para o vice presidente da Brapex - Associação Brasileira dos Exportadores de Papaya e também produtor de mamão, Francisco Faleiro, os principais motivos desencadeadores dessa conjuntura são as condições climáticas adversas, a defasagem cambial, a ampliação dos custos de produção (através do aumento dos custos tributários dos últimos anos) e o aumento dos valores de insumos e de mão de obra. “Não bastasse isso, ainda temos um custo financeiro extremamente alto para a realidade mundial. Com esses fatores, todo o setor sai prejudicado”, afirma. Exportação O Brasil já chegou a exportar volume correspondente a 35 mil toneladas de mamão papaya em um ano. Somente o Espírito Santo já respondeu por aproximadamente 75% desse total. A realidade agora é outra e os mercados de destino do mamão, como países da Europa e os Estados Unidos, estão buscando outras alternativas de fornecimento fora do Brasil, devido ao alto custo dos produtos, o que está levando o país a perder competitividade. “A produção caiu muito. Chegamos a enfrentar períodos em que tínhamos demanda, mas não tínhamos o produto. Isso provocou aumento de custos e nos levou a aumentar o preço do mamão. Houve queda na exportação e, por enfrentarmos uma fase de defasagem cambial, todo o setor exportador foi prejudicado”, declara o diretor da Brapex. Entendendo a crise A taxa de câmbio vem declinando desde 2005. Com a crise mundial, em 2008, houve uma recuperação parcial, mas após seis meses, as taxas voltaram a cair e a prejudicar o mercado. Paralelamente, nos últimos dois anos, o Espírito Santo vem enfrentando um clima caracterizado por altas temperaturas no verão e má distribuição de chuva. Isso afeta a produtividade e implica em aumento no preço do produto, prejudicando a exportação e, até mesmo, o mercado interno, já que não há um produto com preços estáveis para o consumidor final. “O que ocorre hoje é que os produtores e os consumidores são os que saem mais prejudicados. O primeiro por ser comprimido pelas grandes cadeias que chegam a cobrar até 28% de descontos revertidos em perdas ao produtor. O segundo porque acaba pagando por tudo isso”, declara Faleiro. Para mudar essa realidade, os produtores têm buscado apoio junto a agentes financeiros e pleiteado crédito com o governo. “Precisamos de apoio, pois muitas empresas exportadoras de mamão ainda encontram-se na iminência de fechar, caso o quadro permaneça o mesmo. Associado a tudo isso, precisaríamos ter uma interação maior nas bases de produção para trabalhar melhor o mercado”, desabafa Francisco Faleiro. Falta de logística piora situação O presidente da Faes, Júlio da Silva Rocha Júnior, acredita que a solução viável para contornar a situação seria o investimento em transporte aéreo e marítimo para escoamento da produção, que serviria para aumentar a competitividade dos produtores. ”Precisamos construir uma situação de independência que permita o fluxo regular de embarque de nossa produção aqui no Estado, por via aérea ou marítima, que são as modalidades de transporte mais competitivas”, afirma Júlio da Silva Rocha Júnior. As informações são da assessoria de imprensa da Faes. Agrolink
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