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Milho doce é alternativa para os agricultores familiares

12/07/2010
A Secretaria Municipal de Agricultura de Santa Cruz do Sul, a Emater/Ascar e a empresa Oderich promoveram no último sábado o Encontro do Milho Doce, na sede comunitária da localidade de Quarta Linha Nova Baixa. Diversos produtores do município acompanharam os debates, centralizados na avaliação da última safra e projeções para o ciclo 2010/2011. A programação começou com a explanação do técnico agrícola da Emater, Paulo Zampieri, que falou sobre os números da cultura na safra deste ano. Segundo ele, foram distribuídos entre os produtores 200 sacos de sementes. No total, foram vendidas 1.327 toneladas de milho, o que ficou 35% abaixo do esperado, por causa do calor em excesso e das fortes chuvas registrados no mês de janeiro. As 100 famílias produtoras em Santa Cruz são das localidades de São Martinho, Monte Alverne, Rio Pardinho, Cerro Alegre Baixo, Quarta Linha Nova Baixa, Linha Nova e Boa Vista. Com garantia de venda, os agricultores repassaram a tonelada de espigas a R$ 250,00, o que representa, em média, R$ 0,25 por unidade. Também durante o evento, o empresário Roque Stein, das Conservas Oderich, deu conselhos de como aumentar a produção. Em seguida, o representante das sementes Syngenta, Marcelo Oliveira, falou sobre o manejo da cultura do milho doce, abordando critérios como fenologia, fisiologia e nutrição. Segundo ele, hoje os híbridos apresentam um nível tecnológico muito elevado, mas experiências mostram que a cultura depende muito de fatores climáticos. “Estamos adaptando os materiais da melhor forma possível para termos maior potencial produtivo.” OPORTUNIDADE Conforme o secretário municipal de Agricultura, Ademir Santin, a parceria firmada entre Prefeitura, Emater/Ascar e Oderich proporciona aos produtores a garantia de venda da safra. O incentivo à cultura do milho doce na resteva do tabaco é mais uma alternativa de renda para as famílias rurais, além de manter a cobertura do solo na entressafra. O produtor vende as espigas e as sobras do pé ainda podem ser aproveitadas para alimentação animal ou adubação orgânica. “É uma cadeia completa de possibilidades.” O casal de produtores Ilgo e Marlise Bender, de Alto Boa Vista, está apostando no plantio de milho doce para diversificar a propriedade. “É uma grande oportunidade de renda”, sublinha o agricultor. Este ano, mesmo com as perdas da enchente, a produção foi de 17,8 mil quilos. “Não foi o esperado, mas estamos muito contentes, principalmente porque a cultura tem despesas baixas e maior lucratividade.” Para este ano, os Bender pretendem cultivar duas safras de milho doce – de setembro a dezembro e, posteriormente, de dezembro a janeiro. Na propriedade, o tabaco foi deixado de lado e deu lugar à diversificação. Outras rendas da família são provenientes da fruticultura e da piscicultura. Em busca de aperfeiçoamento, Ilgo e Marlise participaram do encontro em Quarta Linha Nova Baixa. “O produtor também precisa se atualizar e buscar inovações para aumentar a produtividade”, defende Ilgo. Gazeta do Sul Autor: Maurício Goulart
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