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Variedades são mais resistentes a nova praga

27/05/2010
Uma nova praga que já dizimou grandes áreas de lavouras de cana-de-açúcar em países como a Austrália, no começo da década, foi detectada no Brasil pela primeira vez entre o final de 2009 e o início deste ano. Lavouras de cana da região de Araraquara (interior de São Paulo) e do noroeste do Paraná tiveram os primeiros registros de ataque da doença. Mas, segundo especialistas, a chamada "ferrugem alaranjada" não conseguiu reproduzir os mesmos estragos em escala maior devido à diversidade de variedades usadas no campo brasileiro. Na Austrália, a ferrugem gerou perdas totais de 35% do plantio da cana por causa da doença. Ela tem origem em um fungo que causa o ressecamento das folhas da planta. Naquele país, durante o ataque, apenas uma variedade de cana cobria cerca de 60% da plantação do país, o que facilitou a expansão da praga. No Brasil, uma única variedade não costuma cobrir uma área total superior a 20%, segundo o setor de ciências agrárias da Ufscar (Universidade Federal de São Carlos). Essa característica pode ajudar a evitar a expansão em massa da nova ferrugem e o consequente prejuízo aos agricultores. Testes de campo já foram feitos para medir a penetração da praga entre as espécies brasileiras. Entre as que resistiram à doença estão as novas variedades lançadas neste ano pela Ridesa -rede de universidades públicas que pesquisa o desenvolvimento da cana para o setor sucroalcooleiro. O professor Marcos Sanches Vieira, da área de genética e melhoramento de plantas da UFSCar, afirma que as variedades de cana desenvolvidas tiveram boa resistência à ferrugem quando foram submetidas a testes na Costa Rica -país da América Central com quem o Brasil tem convênio para estudar o desenvolvimento da planta. (DV) Folha de São Paulo
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