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Cana-de-açúcar:

25/05/2010
Setor sucroenergético encontra soluções inteligentes para o ciclo produtivo, com aproveitamento de resíduos O etanol de cana-de-açúcar é o biocombustível que causa menor impacto ao meio ambiente. É uma fonte renovável de energia, e suas vantagens já foram reconhecidas inclusive pelo órgão ambiental norte-americano, EPA (Enviromental Protection Agency). A indústria sucroenergética foi por muito tempo vista como vilã, pelos impactos ambientais que causaria. Entretanto, de acordo com informações da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), o World Watch Institute aponta que o balanço energético do etanol brasileiro, ou seja, a energia contida no combustível em comparação com a energia fóssil usada para produzi-lo, é cerca de quatro vezes maior que a do etanol de beterraba e a do trigo e quase cinco vezes superior à do álcool produzido de milho. Para se ter ideia, os resíduos gerados na produção de açúcar e álcool, principalmente bagaço, torta filtro e vinhaça, têm sido cada vez mais valorizados nas usinas, tornando o ciclo da cana sustentável. São métodos mais baratos e inteligentes. Além disso, colheita mecanizada é uma realidade no Estado de São Paulo e, com isso, a queima da palhada, que gera grande quantidade de CO2 - um dos gases causadores do efeito estufa -, está desaparecendo das lavouras canavieiras. No Brasil, o segmento está bastante avançado na parte sustentável. Uma usina modelo é altamente produtiva, tanto no campo como na indústria, aproveitando, com alta eficiência, os subprodutos gerados em seus processos. “A cadeia de valor da cana no Brasil é única e ainda guarda uma enorme oportunidade tecnológica a ser aproveitada”, afirma Ivo Fouto, diretor geral da CanaVialis/Alellyx. Fonte de energia O bagaço, originado da extração do caldo da cana, tem alto teor de fibra e é usado na geração de calor para os processos de industrialização de açúcar e álcool. Hoje, segundo a Unica, todas as 434 usinas sucroalcooleiras do Brasil são autosuficientes em energia, graças à produção de vapor por meio da queima do bagaço e, em alguns casos, de folhas e ponteiros (que antes eram queimados ou deixados no campo). Assim como o etanol, o bagaço também é uma fonte de energia mais limpa, na comparação de sua queima com a de outros combustíveis fósseis, uma vez que não libera compostos com base de enxofre. “A energia gerada pelas usinas é superior às suas necessidades e pode ser usada de forma complementar à energia hidrelétrica, uma vez que a produção acontece no período se secas no Centro-Sul [de abril a novembro]”, afirma Fouto. Já as cinzas restantes da queima do bagaço retornam às lavouras como fertilizantes. A vinhaça (subproduto de calda na destilação do licor de fermentação do álcool), por sua vez, pode ser empregada na fertirrigação dos canaviais, garantindo redução de gastos com adubo e aumento da produtividade agrícola. “A vinhaça melhora o condicionamento da superfície do solo e proporciona ganhos de, pelo menos, cinco toneladas de cana por hectare em relação ao potássio proveniente de adubo químico”, explica Sérgio Antonio Veronez de Souza, especialista em fertirrigação e diretor da Veronez Projetos e Consultoria. Como o produto pode ser tóxico em doses altas, cada usina precisa de um projeto específico. “A definição do volume de vinhaça que deverá ser aplicada em uma área depende de uma análise do solo. É preciso responsabilidade”, ensina o especialista. A torta de filtro (subproduto do açúcar) também é rica em compostos orgânicos e minerais e ainda é utilizado como fertilizante nos canaviais. Bem combinadas, a vinhaça e a torta de filtro podem suprir 100% das necessidades nutricionais de um canavial. As informações são da Monsanto.
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