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Paraná vai monitorar ferrugem alaranjada

25/01/2010
Técnicos e agrônomos da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (Seab) vão monitorar as lavouras de cana-de-açúcar no Paraná. O objetivo é verificar ameças fitossanitárias, principalmente a ocorrência da ferrugem asiática, e definir estratégias de controle e prevenção. Até o momento ainda não foram confirmados no Estado nenhum foco da doença, cuja presença já foi detectada em diversas regiões de São Paulo. O monitoramento começa oficialmente no dia 1º de fevereiro e deverá alcançar todas as regiões do Paraná, em especial o Noroeste onde se concentra a maior produção de cana. Ao todo existem no Estado 645 mil hectares plantados, desses 177 mil estão em Umuarama e região. "Nada impede que antes do início de fevereiro, se o produtor detectar o problema que ele entre em contato com alguma unidade da Seab. Colheremos amostras e encaminharemos para análise", informou o engenheiro agrônomo da Seab em Ponta Grossa, Gil Oliveira da Costa, responsável interino pela área de sanidade de grandes culturas. Os locais exatos onde serão colhidas as amostras durante esse processo preventivo ainda não foram definidos. Mas as ações, segundo ele, começarão nas regiões prioritárias: as grandes áreas de plantação de cana e as fronteiras. Contudo, todas as regiões serão fiscalizadas. Conforme Costa, os técnicos e engenheiros da Seab, que já fiscalizam materiais vegetais nas fronteiras, estarão em alerta. "Poderão abordar carregamento de cana e se houver suspeita de qualquer doença a carga fica impedida de entrar no Estado" afirma. Ao todo, a fronteira do Paraná conta com 22 postos de fiscalização 24 horas. O trabalho de monitoramento, esclarece o engenheiro, será realizado em parceria com a Universidade Federal do Paraná. Especialistas da instituição vão estabelecer a metodologia científica para o recolhimento e análise das amostras e serão responsáveis por capacitar técnicos da Seab para o trabalho. Os produtores que suspeitarem da incidência da doença em suas propriedades poderão entrar em contato com os respectivos núcleos da Seab de suas regiões ou o escritório da Emater. A ferrugem alaranjada é provocada pelo fungo Puccinia Kuehnii e, explica Costa, veio da Austrália e atacou primeiramente os canaviais da Flórida, Estados Unidos. Em seguida, desceu pelos países da América Latina e foi notificada no Brasil em dezembro. A praga afeta as folhas da cana-de-açúcar, reduzindo sua capacidade de fotossíntese e, em consequência, a produção de sacarose. Pode ser disseminada pelo vento em curtas, médias ou longas distâncias e os esporos podem ser levados pelo homem nas roupas, nos calçados ou no transporte de material vegetal. Segundo Costa, engenheiro agrônomo da Seab, o monitaramento no Paraná será também uma forma de orientar os agricultores locais. "Os produtores não precisam ser precipitados e aplicar herbicidas sem necessidade. Em caso de suspeita, o ideal é procurar primeiro a assistência técnica", diz. Acrescenta ainda que existe tratamento com fungicidas, porém economicamente inviável. O metódo mais eficaz seria o plantio de variedades resistentes. De acordo com Costa, cerca de 15% das variedades plantadas no Estado são suscetíveis à praga. Quanto aos fungicidas, ele explica que os produtos têm eficiência agronômica, porém o seu uso precisa ser autorizado pelos ministérios da agricultura, saúde e meio ambiente, para verificação de dados de eficiência, toxologia e problemas ambientais, respectivamente.


Erika Zanon
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