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Produtor reclama do preço do leite em GO

29/06/2009
Produtor reclama do preço do leite em GO - Os preços do leite pagos ao produtor caíram 20,39% entre setembro de 2007 e setembro de 2008, de acordo com a Comissão de Leite da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Goiás (Faeg). Citando dados da Universidade de São Paulo (USP), a entidade informa que os preços do litro de leite em Goiás caíram de R$ 0, 8459, em média, para R$ 0,6734, com variações entre R$ 0,50 e R$ 0,69. Só de agosto para setembro passado a queda foi de 6,71%. A Comissão de Leite atribui a redução dos preços do leite pagos ao produtor ao aumento da produção em 2008 em 15%, pelo estímulo dos bons preços registrados no ano passado; à queda dos preços internacionais; e à estagnação do próprio consumo interno. Segundo o gerente de Estudos Técnicos e Econômicos da Faeg, Edson Novaes, no mercado internacional a tonelada do leite em pó caiu 30% desde julho passado, variando atualmente entre 2.800 dólares e 3 mil dólares. De acordo com o técnico da Faeg, para complicar ainda mais a situação, os custos de produção no segmento do leite subiu muito acima do razoável. Foram 42,4 % nos preços da ração, 45,3% nos adubos e 66,3% no sal mineral. A Faeg adverte que, como conseqüência desse desequilíbrio, pode ocorrer queda da produção no próximo ano e consequente aumento de preços para o consumidor. Edson Novaes diz que mais uma vez está evidenciado que alguns elos da cadeia produtiva aproveitam o momento de crise para ganhar mais. Segundo ele, entre setembro de 2007 e setembro passado, os preços caíram 20,4% para o produtor, 18,72% para a indústria e apenas 6,38% para o varejo. "Portanto, o consumidor está longe de se beneficiar com a queda dos preços do leite para o produtor." O diretor executivo do Sindicato das Indústrias de Laticínios do Estado de Goiás (Sindileite), Alfredo Luiz Correia, disse ontem que o setor trabalha com a expectativa de que não ocorrerão mais quedas acentuadas nos preços ao produtor. "Poderá ocorrer pequenos ajustes para mais ou para menos, coisas próprias do mercado." Alfredo Correira atribui a depreciação do produto ao aumento da produção, que deve ficar em 14% esse ano, associada a um quadro de baixo crescimento do consumo (3%) e de dificuldades nas exportações, devido à instabilidade do câmbio.
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