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Novas oportunidades para o algodão brasileiro

29/06/2009
Novas oportunidades para o algodão brasileiro - A crise financeira mundial leva os produtores de algodão a enxergarem uma nova oportunidade de negócio. A possibilidade de segurar as vendas no mercado interno para priorizar contratos de exportação, uma vez que o dólar voltou a ganhar força frente ao real nas últimas semanas, pode trazer alívio ao setor. Segundo levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq), em meados de outubro as exportações de algodão remuneraram mais que as vendas no mercado interno. Fato igual não ocorria desde janeiro de 2006. Tradicionalmente, os produtores de algodão negociam, antecipadamente, os volumes de exportação. Mas, agora, há uma corrida para aproveitar o dólar valorizado, retardando a comercialização do produto. Segundo o presidente da Associação Goiana dos Produtores de Algodão (Agopa), Marcelo Swart, para o próximo ano agrícola os produtores goianos já comprometeram 50% da produção em contratos futuros. De acordo com Marcelo Swart, ainda há uma indefinição em relação aos rumos da crise financeira e, principalmente, sobre os preços futuros do algodão no mercado. Contudo, ele faz uma análise positiva da situação. Swart acredita que esse novo suporte no mercado interno, que tem como reflexo a valorização do dólar sobre o real, pode ser uma alternativa à baixa remuneração do produtor nos últimos anos. Marcelo espera que, devido ao incentivo atual do dólar, o produtor se capitalize, não tendo a necessidade de vender sua produção no mercado interno. Marcelo Swart afirma que o cenário ideal seria o dólar cotado a R$ 1,9 ou 2 reais. "Mas muita coisa vai depender da situação em que o produtor efetuou as negociações de aquisição de insumos", diz Marcelo, referindo-se aos custos de produção e comercialização atrelados ao dólar. O presidente da Agopa acrescenta que a crise financeira mundial pode mudar o panorama de negociações do Brasil com seus principais parceiros internacionais. O País, assim como o Estado de Goiás, ganha competitividade nas exportações e condição de viabilizar com mais agilidade acordos comerciais. O ambiente é de tendência de redução de produção e oferta e conseqüente diminuição do protecionismo, obrigando os países desenvolvidos a concederem menos subsídios internos, abrindo espaço para expandir as cotas de exportação de produtos agrícolas goianos e brasileiros.
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