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Feijão: produção em alta,

17/10/2009
Feijão: produção em alta, preços em baixa Quebra de produção na safra 2008/09 provocada por problemas climáticos e um grande volume nos estoques, além da remuneração abaixo do mínimo vão provocar redução da área plantada no Paraná, maior produtor nacional. Estimativa do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (Seab) aponta para uma diminuição de 11% da área na primeira safra, que será de 331 mil hectares. O Paraná cultivou área recorde no ano passado - 370 mil hectares -, mas a estiagem provocou a perda de quase 200 mil toneladas. Porém, a previsão de condições climáticas favoráveis neste ano embasa a estimativa de expansão na colheita. De acordo com o Deral deverão sair das lavouras paranaenses 554 mil toneladas de feijão de cor e preto, o que representa aumento de 34% em relação à safra anterior, que foi de 414 mil toneladas. Apesar da redução na colheita, o País produziu bem, de acordo com a avaliação da técnica do Deral, Margorete Demarchi. Segundo ela, o Brasil colheu 3,48 milhões de toneladas, quando o consumo chega a 3,6 milhões de toneladas. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima em 2,3% a redução total de área para esta safra. A quebra no ciclo anterior e a intenção de redução de área não interferiram nos preços pagos aos produtores, que estão abaixo do mínimo de R$ 80. Na última quarta-feira, a saca de feijão de cor estava sendo comercializada a R$ 65,55. A defasagem, no entanto, não preocupa a técnica do Deral. ''Se as condições de clima e de safra forem mantidas ao longo do ano esse preço pode remunerar razoavelmente o produtor'', afirma. Demarchi afirma que o preço mínimo alcançou um bom patamar em 2008, passando dos R$ 47 para R$ 80. Mas a cultura volta às condições normais de mercado após um momento inusitado ocorrido em 2007 quando os preços dispararam e o feijão chegou a ser comercializado a R$ 300. No ano seguinte, os produtores tinham a expectativa de que os preços se mantivessem em um patamar próximo ao mínimo. O governo tem retirado produto do mercado, mas o volume comprado não interferiu nos preços. Desde o início do ano, foram mais de 155 mil toneladas por meio de operações de Aquisição do Governo Federal (AGF), com as quais o governo forma estoques. Outras 13,3 mil toneladas foram escoadas pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), pelo qual compra produtos de agricultores familiares.


Raquel de Carvalho
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