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Carne de Frango

15/10/2009
A afirmação de que “dólar fraco permite ganho no preço de exportação de carnes”, feita ontem em reportagem do jornal Valor Econômico, não se aplica necessariamente à carne de frango. Pois, consideradas as informações da SECEX/MDIC, o processo de alta de preços reiniciado em abril (o “fundo do poço”, na atual crise, foi em março) reverteu-se em setembro último. E isso combinado com a queda do dólar significou duplo prejuízo para o exportador. De agosto para setembro, o preço médio do frango inteiro recuou 2% (de US$1,541,56/t para US$1.510,66/t), enquanto o preço dos industrializados recuou 4,43% (de US$2.934,20/t para US$2.804,33/t). É verdade que, no mês, os cortes valorizaram-se 1,85% (de US$1.585,16/t para US$1.614,55/t) e a carne de frango salgada 0,98% (de US$2.782,90 para US$2.810,22/t). Mas isso, claro, foi insuficiente para impedir um retrocesso no preço médio geral, que apresentou queda de 2,24% - de US$1.733,98/t em agosto para US$1.695,11/t em setembro. Naturalmente, essas perdas crescem quando convertidas para a moeda brasileira, que se valorizou de agosto para setembro. Assim, o valor recebido pelo frango inteiro foi 3,07% menor que o do mês anterior, o dos industrializados 5,46% menor e até a carne de frango salgada (que, em dólar, registrou ganho de 0,98%) apresentou resultado negativo em real: -0,12%. A exceção (sem nenhum significado econômico) ficou apenas com os cortes de frango, com incremento de 0,75%. É quase dispensável dizer que em relação a setembro de 2008 o recuo de preços – em dólar e em real – é generalizado. Na moeda brasileira, o frango inteiro tem um preço 16,77% menor; nos cortes a queda foi de 23,37%; nos industrializados, de 18,67%; na carne de frango salgada, de 4,99%; e na média geral, de 19,88%. Ou seja: o produto que um ano atrás foi remunerado, na média, à razão de R$3.851/t, em setembro passado alcançou apenas 80% do preço anterior - R$$3.085.
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