Na primeira estimativa para a temporada 2010/11 (fevereiro/janeiro, ano comercial adotado), a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) informou que a nova safra de soja deverá alcançar 63,4 milhões de toneladas. Se as condições climáticas forem favoráveis como vêm sendo até o momento , o Brasil poderá ter um crescimento de 10,6% na safra, quando comparada com a colheita deste ano. Na atual temporada, o Brasil colheu 57,3 milhões de toneladas, segundo a associação.
A semeadura da nova safra começou em meados de setembro, em Mato Grosso, o maior produtor nacional. Neste mês, os trabalhos estão começando também no Paraná o segundo no ranking. A previsão da Abiove de aumento de safra está em linha com a feita por algumas consultorias agrícolas, que apontam a soja ganhando área de milho e algodão na safra de verão da nova temporada. O Ministério da Agricultura deve divulgar a primeira previsão para o setor na quarta-feira.
A estimativa de uma safra maior ocorre em meio a uma entressafra das mais apertadas dos últimos anos no país, o segundo produtor mundial. O Brasil registrou exportações recordes este ano, com uma demanda aquecida da China e após a Argentina ter sofrido uma forte quebra de safra. Diante disso, a Abiove elevou a previsão de exportações na atual temporada (2009/10) para 27,4 milhões de toneladas (ante 27,1 milhões de toneladas na projeção de setembro), contra 24,5 milhões de toneladas no ano anterior. As exportações para 2010/11 estão estimadas em 25,8 milhões de toneladas.
Ao mesmo tempo em que elevou a estimativa de exportação para 09/10, a Abiove reduziu os números de processamento no período, para 29,8 milhões de toneladas, ante 30,2 milhões na previsão de setembro contra 31,9 milhões no ano anterior. Para 10/11, a Abiove prevê processamento de 32,2 milhões de toneladas de soja.
Atacado
Os preços agrícolas no atacado no estado de São Paulo encerraram o mês com alta de 0,22%, segundo o Instituto de Economia Agrícola (IEA). A tendência foi mantida durante todo o mês, porém foi enfraquecendo o índice abriu o mês com variação positiva de 1,98%, avançou, em seguida, 1,17% na segunda quadrissemana e, na terceira, apresentou alta de 0,49%. O avanço foi garantido pela alta de 1,81% dos produtos de origem vegetal, enquanto que os de animal tiveram variação negativa de 3,72%.
No período entre setembro de 2008 e setembro de 2009, os preços agrícolas registraram alta de 4,22%, sendo que o índice de produtos vegetais subiu 12,49% e o de animais recuou 14,67%. Os itens que tiveram as maiores altas em setembro, na comparação com agosto, foram: laranja (20,43%), carne suína (6,89%) e laranja para indústria (2,07%).