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Integração Lavoura-Pecuária:

30/09/2009
É imperioso reconhecer que o agronegócio tem sido fundamental ao processo de desenvolvimento brasileiro. Ele agrupa o conjunto de cadeias produtivas que gera maior número de empregos (a custos mais baixos e bem distribuídos), um “superávit” cambial, além de abastecer o mercado interno de produtos da alimentação, fibras e energéticos. Por essa razão, por seu dinamismo e pela crescente intensidade do uso e ocupação do solo, deve-se dedicar maior atenção à busca de sua sustentabilidade. Mais que um novo paradigma, a sustentabilidade agropecuária deve ser assumida como um compromisso conjunto de agentes públicos e privados (produtores, principalmente) e membros da cadeia do agronegócio (Azevedo et al., 1997). Do ponto de vista ambiental, historicamente, após a forma extrativista e posteriormente extensiva de produção, advém a utilização de sistemas de cultivos compactos, baseados no uso intensivo de insumos industriais químicos e em processos motomecânicos intensos. Resultado: redução da biodiversidade, erosão dos solos e contaminação da água tornaram-se quase inerentes à produção agrícola (Camino e Muller, 1993). A crescente preocupação com o meio ambiente e com a qualidade de vida no planeta levou ao surgimento de um novo paradigma na sociedade: a sustentabilidade agropecuária. Até então, a linguagem predominante era apenas a da modernização e da produtividade, com a sociedade requerendo produtos com melhor apresentação e mais baratos, como perdura até hoje. Essa nova idéia transmitir que o desenvolvimento e o crescimento da agricultura devem atender às necessidades desta e das próximas gerações, ou seja, deve ser algo benigno para o ambiente e para a sociedade continuamente. Apesar das contradições em relação ao teor de mudanças, há um consenso no sentido de que agricultura sustentável é, antes de mais nada, um objetivo que começa a ser atingido quando forem asseguradas a “renda para o agricultor e conservação ambiental” (Freitas e Mesquita, 2004). Assumindo que “para se ter uma agricultura sustentável é necessário um manejo sustentável”, a FAO constituiu um grupo internacional de trabalho para estabelecer a base do entendimento e do conceito de “manejo sustentável”. O manejo sustentável combina tecnologias, políticas e atividades, integrando princípios socioeconômicos com preocupações ambientais, de modo que se possa simultaneamente: �� “Manter ou melhorar a produção e os serviços (produtividade) �� Reduzir o nível de risco da produção (segurança) �� Proteger o potencial dos recursos naturais e prevenir a degradação da qualidade do solo e da água (proteção) �� Ser economicamente viável (viabilidade) e �� Ser socialmente aceitável (aceitabilidade).” A diversificação das atividades de uma propriedade é fundamental para assegurar uma eficiente, produtiva e estável agricultura no futuro. É nesse contexto que se situa a integração lavoura-pecuária, porque se entende que lavoura e pecuária, praticadas de forma isoladas, podem ser sustentáveis em determinado momento, mas não se perpetuam no tempo, uma vez que são atividades cíclicas, às vezes o agricultor que só planta grãos tem melhores retornos, ora a situação se inverte e privilegia o pecuarista. Segundo Kluthcouski e Yokoyama (2003) os objetivos da integração são variados. Na atividade pecuária, vão desde a recuperação de pastagens degradadas até a manutenção de altas produtividades das pastagens e, principalmente a produção de forrageira na entressafra. Na exploração lavoureira, objetiva-se a quebra do ciclo de pragas, doenças e plantas daninhas, redução via supressão física ou alelopática, de doenças das plantas cultivadas com origem no solo, melhoria na conservação de água, redução na flutuação de temperatura no solo e a possibilidade de agregar valores no sistema. Porém ressalta que a integração lavoura pecuária é um sistema de alta complexidade e que exige um planejamento minucioso, envolvendo os animais, as culturas e o manejo a ser empregado, para alcançar os resultados esperados, tanto em termos de produtividade como de rentabilidade total (Bona Filho, 2002). A integração lavoura-pecuária aliada é um sistema tem demonstrado ganho em produtividade como também proporciona maior sustentabilidade na condução de lavouras e produção de animais, reduzindo riscos de impacto ambiental. Tadeu Silva de Oliveira – Zootecnista, mestrando em nutrição e produção de ruminantes UFV José Gilson Louzada Regadas Filho – Engenheiro Agrônomo, doutorando em nutrição e produção de ruminantes, UFV


Tadeu Silva de Oliveira – Zootecnista,
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