Na Índia, produção de carne de frango cresce acima da média mundial
27/09/2009
Produção de carne de frango é o segmento de mais rápida expansão entre as proteínas de origem animal
Avaliando dados do setor (do próprio país e, também, de organismos internacionais como a FAO), o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) conclui que, na Índia, a produção de carne de frango é o segmento de mais rápida expansão entre as proteínas de origem animal. Prova disso é o incremento de produção de mais de 50% observado entre 2004 e 2008, o que significou expansão média próxima de 11% ao ano um índice bem acima da média mundial.
Os números disponíveis apontam que a Índia é o quinto maior produtor mundial de carne de frango, atrás apenas de EUA, China, Brasil e México. Mesmo assim seu consumo interno é irrisório, devendo chegar a 2 kg per capita em 2009.
Mas mesmo isso ressalve-se não é pouco, já que corresponde a um incremento de mais de 100% em menos de uma década (800 gramas em 2000, segundo o USDA). E ainda que cerca de 20% da população seja vegetariana, à medida que cresce o poder aquisitivo e aumenta a urbanização do país, mais pessoas deixam o vegetarianismo e acorrem para a proteína animal mais acessível a carne de frango.
O que ocorre perguntar é porque um país com um potencial consumidor como o da Índia (1,2 bilhão de habitantes) não importa carne de frango? Naturalmente, a avicultura indiana, em franca expansão, é protecionista. Haja vista à celeuma que armou um ano atrás quando o Brasil anunciou que iria exportar o produto para aquele mercado (vide Frango brasileiro continua a causar protestos na Índia).
A questão básica, entretanto, é de ordem cultural e, por decorrência dela, de ausência da infra-estrutura necessária para operar com produtos altamente perecíveis como a carne de frango. Em outras palavras, apesar da rápida evolução do setor, mais de 90% dos frangos consumidos no país continuam sendo vendidos vivos ou são abatidos na hora, sendo inferior a 10% o índice do produto abatido industrialmente. E isso faz com que inexistam no país câmaras frigoríficas, estrutura de embalagem, controle de qualidade, etc.