ÚLTIMAS ATUALIZAÇÕES

Indústria de silos aposta no mercado de juros livres pegando o que faltou do Plano Safra

27/06/2021
Com safras crescendo duas vezes mais que o encurtamento do déficit de ensilagem brasileiro, a Industrial Pagé acredita que o sistema financeiro vai entrar com mais peso no financiamento de sistemas de armazenagem. No pacote de R$ 251,2 bilhões do Plano Safra, recém conhecido, o governo ainda deixou, no mínimo, R$ 5 milhões de fora daquilo que as cerca de 23 empresas nacionais do setor -- descontadas as centenas informais que têm por aí -, acreditam que seria o ideal para a temporada 21/22. Deu RS 4,12 milhões, com juros controlados de 5,5% a 7%. Apesar da expansão de 84%, tamanho é esse gargalo do agronegócio de commodities, disputando a ponta com a logística de transporte, que a Pagé acredita que os bancos, fora das linhas do BNDES, não vão querer ficar muito tempo de fora. E a indústria catarinense diz receber muitas consultas de agentes financeiros. Até porque, segundo o supervisor comercial nacional da empresa, Amilcar Rostro, boa parte desses recursos oficiais vai acabar ficando com os pequenos e médios produtores. Em projetos de até R$ 25 milhões por CNPJ, para prazos de 12 anos e carência de três. E como é neles que se concentra o déficit de 80 milhões de toneladas de grãos, faltará para muitos do mesmo porte -- e para os grandes, os que mais acessam o mercado de juros livres. Detalhe importante, que só quem é do meio sabe: embora haja um grande espaço para os silos bags, os produtores menores vão ter que encarar os equipamentos industriais de maior porte, porque o ganho em volume nas safras acaba sendo corroído pela "perda de peso e qualidade dos grãos, sobretudo em armazenagens por mais longo tempo", diz o executivo da empresa. Consórcio Na disputa entre os segundo e terceiro lugar do ranking do setor de armazenagem, sem comentar nenhum de seus números, a Pagé não se importa com quem atende, garante Rostro, que também é vice-presidente da Câmara Setorial do setor na Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimac). Nascida no Sul, Araranguá (SC), onde o que manda são propriedades pequenas, a Pagé cresceu atendendo aquele pequeno sitiante que comprava um silo modesto, 3/4 mil sacas, que muito se vê ao lado de resistentes paióis de madeira, ainda que também haja um grande número de cooperativas concentrando a armazenagem. Outro detalhe: a Industrial Pagé também conta com o aumento de consórcios de produtores montando em conjunto sistemas completos, para os quais Amilcar Rostro e equipe estão acostumados até a dar consultoria sobre como a empreitada pode ser dividida e utilizada. Empresa de um dono só, Angela Pascoali Boeira, está no Brasil todo, na América Latina, na África e na Europa. Com linhas completas, de recepção, secagem, armazenamento. E ainda uma linha de equipamentos para parboilização de arroz.
 
 
Giovanni Lorenzon
 

 

 
 
Fonte: Notícias Agrícolas
 

 

Compartilhar

SHOPPING

EVENTOS