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Etanol com palha de arroz e de trigo

25/04/2014
Usina italiana produzirá etanol com palha de arroz e de trigo A Itália inaugurou na semana passada a primeira usina no mundo com capacidade para produzir comercialmente o chamado etanol celulósico ou etanol de segunda geração – que usa resíduos da agricultura como matéria-prima. Neste caso, o material utilizado será a palha de arroz e de trigo. A usina fica na cidade de Crescentino, no norte do país, e também irá utilizar um tipo de cana-de-açúcar típica da região, conhecida como cana gigante. A previsão é de uma produção inicial de 75 milhões de litros do combustível por ano. Localizada numa área de 15 hectares, a fábrica já nasce com potencial de transformar o mercado de biocombustíveis.O etanol celulósico pode vir do açúcar presente em qualquer parte das plantas, como as folhas ou o caule, por isso pode ser produzido em qualquer local e com vários materiais. A nova usina pertence à Beta Renewables, empresa nascida de uma parceira entre a Biochemtex, do grupo italiano Mossi Ghisolfi, o fundo americano TPG (Texas Pacific Group) e a Novozymes, empresa de origem dinamarquesa que também atua no Brasil. A estratégia do grupo é justamente apostar na produção em larga escala para baratear o produto final. Segundo o vice-presidente da Novozymes (que tem 10% da nova empresa), Sebastian Soderberg, as usinas que produzem etanol com esse tipo de tecnologia até então não tinham produção anual maior do que 5 milhões de litros. "Esta é uma nova era”, arremata. Como a produção desse etanol pode usar como matéria-prima a palha, o mato ou o bagaço, que seriam resíduos da produção agrícola, Soderberg defende que ela não tomaria espaço da produção de alimentos no campo, ao contrário do que teme a ONU. Se o Brasil apostasse na tecnologia de segunda geração para extrair etanol do bagaço da cana, poderia aumentar sua produção do combustível em 30%. Isso sem plantar um único pé de cana a mais, segundo os cálculos do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC). Se a unidade italiana tem capacidade para produzir 75 milhões de litros do combustível por ano, uma usina convencional brasileira produz de 100 milhões a 200 milhões de litros anuais. O executivo da Novozymes (e da nova usina) não revela o preço exato previsto para o combustível italiano. Mas afirma que, com o barateamento obtido com a produção em grande escala, ele será capaz de competir na Europa e em bolsas internacionais em que tanto o etanol brasileiro, da cana-de-açúcar, ou o americano, que vem do milho, são negociados. DCI - Diário do Comércio & Indústria
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