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Produtores do CE lançam manifesto para pedir Medida Provisória do Milho

31/08/2012
O manifesto conta com o apoio de 20 sindicatos rurais e de mais de 1.500 produtores cearenses que, juntos, possuem um rebanho de aproximadamente 1,5 milhão de animais entre bovinos, suínos, ovinos e caprinos Os produtores rurais do Ceará lançaram, esta semana, um manifesto para pedir a edição de uma Medida Provisória (MP), que permita a aquisição de milho, sem licitação, para alimentar os rebanhos do Estado. Os animais estão sofrendo com a falta do cereal devido à pior seca que a região Nordeste já enfrentou nos últimos anos, que frustrou 90% da produção de milho do Estado. Segundo o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (FAEC), Flávio Saboya, embora o Governo Federal tenha destinado 400 mil toneladas para serem comercializadas na região Nordeste pelo Sistema Venda Balcão, o milho não está chegando ao Ceará por uma questão de logística. “Os caminhoneiros estão preferindo levar o milho aos portos de Santos e de Paranaguá, porque por lá eles têm a garantia de retornar com as carretas carregadas”, explicou Saboya. Na avaliação do presidente da FAEC, com a edição da MP, seria possível comprar o milho das regiões produtoras localizadas nos Estados vizinhos do Ceará, como o oeste da Bahia e o sul do Maranhão e do Piauí. “A situação é de emergência, o milho chegaria mais rápido”, justificou Flávio Saboya. Antes do início da estiagem havia cerca de 10 mil produtores cadastrados junto à Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), para aquisição do cereal, pelo Sistema Venda Balcão. Atualmente, são mais de 34 mil produtores cadastrados, o que revela o agravamento da situação. Segundo estimativas da FAEC, a quantidade de milho que deveria chegar ao Ceará para amenizar os problemas gira em torno de seis a sete mil toneladas por semana, “mas só estão chegando de 1,5 mil a 2 mil tonelada a cada 15 dias”, denuncia Saboya. O Governo Federal chegou a fazer leilões de contratação de fretes para levar o grão, proveniente do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Paraná, aos Estados nordestinos mais afetados pela falta do milho. Os embarques iniciaram em maio, mas tiveram uma drástica redução no mês passado. O Governo alegou, entre outros motivos, a redução da oferta de caminhões para dar continuidade ao serviço contratado. Uma das causas dessa redução seria o início do escoamento da produção da “safrinha” de milho no Mato Grosso. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), os caminhoneiros optam por trajetos mais curtos, entre a lavoura e os armazéns, porque dessa forma conseguiriam fazer mais viagens por dia a preços mais atrativos. Flávio Saboya, que é membro do conselho deliberativo da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), alertou sobre a possibilidade de agravamento da situação dos produtores na última reunião do conselho, em 13 de julho. “Também apelei, em diversas audiências anteriores com a direção nacional da Conab, para uma solução para o problema do desabastecimento dos postos de venda e cobrei uma estrutura compatível para o atendimento aos interessados nas aquisições de milho”, afirmou o presidente da FAEC. O manifesto conta com o apoio de 20 sindicatos rurais e de mais de 1.500 produtores cearenses que, juntos, possuem um rebanho de aproximadamente 1,5 milhão de animais entre bovinos, suínos, ovinos e caprinos. A situação exige medidas emergenciais por parte do Governo Federal. CNA
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