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Controle Sanitário

30/06/2009
Controle Sanitário Os principais mecanismos no controle sanitário são as vacinas, dosificações, banhos e normas de manejo. Todavia, o método mais efetivo para um bom controle sanitário é iniciar-se com ovinos sadios, assegurar-se que todo o animal que entra na propriedade esteja livre de doenças, (os animais adquiridos devem ser vacinados, banhados e dosificados antes de serem incorporados ao rebanho), e, finalmente, manter um programa sanitário. Vermifugação A verminose pode ser considerada um dos principais problemas que afetam ovinos, sendo mais critica nos animais em crescimento. Dependendo do grau de infestação, os parasitas provocam perda corporal, e no crescimento e qualidade da lã, chegando a causar mortalidade; nos animais em crescimento, pode também comprometer a produção futura. Devemos considerar 2 tipos de populações de parasitas ovos e larvas nas pastagens, e larvas infectantes e parasitas adultos no animal. As dosificações devem ser acompanhadas com normas de manejo tanto do animal como das pastagens. De uma maneira geral, o objetivo principal de um controle parasitológico deve ser o de reduzir ou eliminar os efeitos adversos dos parasitas através de métodos práticos e econômicos. Os principais métodos de controle da verminose são as dosificações estratégicas e as baseadas em exames de fezes. Exemplo: antes do acasalamento, após a parição, após o período de chuvas com temperatura elevada, na incorporação de novos animais, na troca de piquetes, na entrada de pastagens cultivadas, na sinalação, após a tosquia e ao desmame. Banho Uma vez ao ano os ovinos devem ser banhados para mantê-los livres de piolhos e sarna. Os rebanhos previamente afetados devem receber dois banhos seguidos, com intervalos de 10 a 12 dias. É fundamental banhar todos os animais ao mesmo tempo. Teoricamente a melhor época para banhar os animais e entre 4 a 6 semanas após a tosquia. Considera-se que nesse tempo as feridas decorrentes dos cortes durante a tosquia estejam cicatrizadas, evitando-se assim a possibilidade de contaminação durante o banho e também, porque o conteúdo graxo que recobre a fibra de lã tende a secar, permitindo uma melhor penetração do inseticida. Aspectos a serem considerados: Preparar o banho 2 a 3 dias de antecedência, limpando o banheiro, checando os boxes de secagem e o sistema de drenagem e medindo corretamente a quantidade de água a ser usada; Seguir as recomendações técnicas do fabricante do produto; Deixar presos os animais na noite anterior, com suficiente água, para reduzir a contaminação do banheiro pelas fezes e evitar a ingestão do produto pelo consumo de água; Banhar com tempo bom, iniciando e terminando cedo para assegurar que todos os animais banhados estejam secos ao anoitecer; Banhar todos os animais, pois bastam poucos parasitas num animal não banhado para provocar uma infestação em todo rebanho; Banhar primeiro os carneiros. Cordeiros não desmamados devem ser banhados separados das ovelhas; Cada animal deve permanecer entre 20 a 40 segundos, dependendo da quantidade da lã, devendo a cabeça ser submersa 2 vezes; Manter os animais após o banho nos boxes de drenagem até o termino do escorrimento da água, deixando-os secar completamente antes de levá-los aos poineiros; Recarregar adequadamente o banheiro segundo as instruções do fabricante; Na "descarga" do banheiro, evitar a contaminação de cursos de água ou alimentos passíveis a serem usados pelo homem ou animais. Observação dos animais Para que a criação de ovinos tenha sucesso, alguns cuidados essenciais não podem ser esquecidos. O criador deve correr diariamente a criação para verificar nascimentos, óbitos e doenças; deve também observar os cascos periodicamente, cortá-los e tratá-los se necessário. Ferimentos devem ser desinfetados e tratados com medicamento repelente de insetos para evitar o aparecimento de miiases, problema comum em ovinos. As principais causas de mortalidade entre os cordeiros são a hipotermia logo após o nascimento e as verminoses, principalmente a haemonchose; entre os adultos, a podridão do casco (foot-rot). Todas podem ser, evitadas Com manejo higiênico sanitário correto. Efetuar manejo dirigido à prevenção conta verminoses (rodízio de pasto/espécie), febre aftosa e carbúnculo (vacinações), além dos cuidados básicos de higiene sempre que forem realizadas intervenções como castração, descola e até mesmo tosquia, desolhe ou cascarreio. Higienizar instalações, pastos e piquetes. Vacinar as ovelhas prenhes contra enterotoxemia e tétano no terceiro mês de gestação e os filhotes contra aftosa no terceiro mês de vida (revacinações a cada 4 meses). Fazer exame de fezes e vermifugar o rebanho periodicamente. Não descuidar da alimentação, procurando oferecer pasto de boa qualidade, suplementando, se necessário, com feno; fornecer ração e sais minerais. Examinar a fonte de água (natural ou artificial) e manter bebedouros limpos. Descartar animais fracos ou doentes, pois comem mais do que produzem; e evitar a presença de gatos pois podem transmitir doenças aos ovinos. Principais doenças e profilaxia Infecciosas Aftosa - causada por vírus (A, O e C), afeta ovinos de todas as idades, provocando aftas na mucosa bucal, úbere, coroa e unha; as lesões transformam-se em porta de entrada para infecções bacterianas secundárias, resultando em manqueira. A prevenção é feita por meio de vacinação do rebanho a cada 4 meses (primeira aos 3 meses) e isolamento dos animais doentes. Carbúnculo hemático: (antrax) - causado pelo Bactilus anthracis, esporulado, resistente, presente em tecidos, sangue, secreções de animais; solo, forragens e água; contaminação por ingestão ou inalação, causando febre hemorrágica, fatal na forma aguda. Carbúnculo sintomático: causado pelo Clostridium chauvei, esporulado, resistente, que penetra no organismo através de feridas em mucosas; afeta ovinos jovens, provocando o aparecimento de tumores no pescoço e quartos posteriores e a manifestação de febre, inapetência, apatia e freqüentemente a morte entre 12 e 16 horas; para prevenção, vacinação dos cordeiros com 4 meses, repetindo-se após um ano. Diarréia dos cordeiros: causa por coliformes, produz debilidade, depressão, cólicas e fezes líquidas; a mortalidade é alta quando não é feito tratamento; profilaxia por meio de alimentação controlada, higiene, proteção dos filhotes e separação dos doentes. Ectima contagioso (dermatite pústular): causada por vírus dermotrópico, afeta ovinos de todas as idades e também o homem (zoonose), provocando pequenas bolhas nos lábios dos cordeiros ou na coroa do casco, vulva ou prepúcio dos adultos, evoluindo para pústulas e depois crostas como verrugas. A profilaxia é feita pela vacinação dos cordeiros aos dois meses e do rebanho uma vez, pois a imunidade é duradoura. Brucelose ovina: causada pela bactéria Brucela ovis, afeta ovinos de todas as idades provocando aborto e epididimite; pode ser transmitida ao homem através do leite. Não existe tratamento e a prevenção é impedir a entrada de animais positivos em um rebanho sadio; animais positivos devem ser eliminados. Tétano: toxemia causada pelo Clostridium tetani, anaeróbio esporulado, resistente, causando rigidez muscular de membros posteriores, cabeça mastigação demorada, deglutição difícil resultando freqüentemente na morte do animal. Para prevenção, vacinar as fêmeas prenhes 2 meses antes do parto e os cordeiros aos 3 meses; revacinar em caso de ferimento. Pododermatite (foot-rot, manqueira): causada pelo bacilo Sphaerophorus necrophorus, produz inicialmente inflamação e congestão dos tecidos e a seguir descola do estojo córneo, com necrose do tecido, formação de grandes coleções purulentas, impedindo o aprumo normal e provocando a manqueira. Para evitar o aparecimento da doença, manter os animais em terreno seco, observar os cascos a cada 3 meses e aparar o excesso caso necessário, evitar pastos contaminados e isolar os doentes. Pneumonia: geralmente secundária, pode ser causada por vírus, bactérias, fungos, vermes e corpos estranhos; provoca febre, inapetência prostração, respiração difícil (membros anteriores abertos). A doença pode ser evitada se os animais forem mantidos em locais secos, sem correntes de ar, especialmente após a tosquia ou banhos terapêuticos. Enterotoxemia: causada pelo bacilo anaeróbico Clostridium perfringens, que é encontrado normalmente no solo e no trato intestinal dos ovinos; em animais superalimentados pode haver uma multiplicação exagerada, com produção de exotoxina, que atua nos intestinos provocando cólicas, diarréia fétida, sintomatologia nervosa, com excitabilidade até convulsão, ranger de dentes, movimentos de pedalar, podendo provocar morte súbita. A profilaxia é feita por meio da vacinação das ovelhas 3 semanas antes do parto e dos jovens 15 dias antes da desmama. Oftalmia contagiosa (peste de chorar): causada por microorganismos, do gênero Moraxella caracteriza-se por fotofobia, conjuntivite e alteração da córnea, a propagação da doença é favorecida pela presença de moscas e quando os animais são submetidos a stress alimentar ou ambiental e a profilaxia depende do isolamento e tratamento dos doentes. Doenças parasitárias Sarna (psoríase): causada principalmente por ácaros do gênero Psoroptes equi v. ovis, forma lesões externas, formando placas e crostas, com prurido e queda da lã com menos freqüência, pode ser causada pelo Chortoptes bovis. Piolho: infestação por insetos da ordem Anoplura, principalmente pelos grupos chamados sifunculados e malófagos; com perda de peso, coceira, lã empastada e com falhas. Bicheiras ou miiases: infestações por larvas de moscas, principalmente da espécie Callitroga americana, que depositam ovos em feridas e crostas de sangue; as larvas penetram na carne, causando inquietação, e coceiras; as pontas de lã puxadas podem ser um sinal da ocorrência da doença. Oestrose (rinite parasitária): bicheira casa por larvas da mosca Oestrus ovis, que se localizam nas fossas nasais e seios frontais dos ovinos; os sintomas mais comuns são espirro e agitação. Carrapatos: a espécie Boophtlus microplus é a mais comum em ovinos e parasitam principalmente animais recém tosquiados ou deslanados; provoca irritação e emagrecimento. Verminose: é a mais freqüente causa de mortalidade entre os ovinos, especialmente dos cordeiros. O principal parasita é o nematóide Haemonchus contortus, que se aloja no estômago, causando anemia, prostração, inapetência, diarréia, lã áspera pela falta de lanolina. Eimeriose: causada principalmente pelo protozoário Elmeria arloingi, provoca depressão, emagrecimento e diarréia sanguinolenta em cordeiros. Broncopneumonia verminótica: pneumonia causada a principalmente pelo helminto Distyocaulus fylaria; provoca tosse seca, respiração difícil, fadiga e emagrecimento até a caquexia. Fasciolose (baratinha-do-fígado): causada pela Fasciola hepática, que em uma fase de vida se multiplica em caramujos e na fase adulta parasita o fígado dos ovinos. Distúrbios Metabólicos Hipotermia: afecção que ataca cordeiros recém nascidos expostos a baixas temperaturas ao nascer ou que são abandonados pelas mães; também pode afetar os cordeiros que tiveram dificuldade para mamar o colostro; pode ser evitada com vigilância dos piquetes maternidade para assistência aos cordeiros. Toxemia da prenhez: afeta ovelhas prenhes com fetos duplos ou triplos, que foram sub ou super alimentadas, provocando depressão nervosa com apatia, incoordenação e cegueira na fase final. A alimentação adequada evita o aparecimento da doença. Cálculos: podem ocorrer na uretra em ovinos alimentados com pouco verde e ração muito rica em fosfato, causando retenção de urina e morte por uremia. Amostras para exame laboratorial - Fezes: resfriadas ou mergulhadas em formol a 10 % - Suspeita de doença infecciosa: osso longo (canela), limpo, em lata bem fechada, mantido em refrigeração até a remessa; - Exame bacteriológico: fragmentos de órgãos mergulhados em glicerina e água (em frasco esterilizado); - Suspeita de tumores: fragmentos de órgãos em formol a 10 %. - Identificação de parasitas: vermes em solução salina com formol e ácido ascético.
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