Construção dos Canteiros
30/06/2009
Construção dos canteiros
A criação de minhocas é feita em canteiros medindo 1m de largura por um comprimento variável de acordo com as necessidades, forma do terreno ou o desejo do criador. Suas beiradas devem ser de madeira, chapas pré-moldadas ou de tijolos, de acordo com as circunstâncias e principalmente os preços.
A profundidade dos canteiros deve ser de 30cm. Não ha necessidade de fazer alicerces, mesmo para os tijolos, porque podem ser apoiados diretamente sobre o solo. Bastam 4 fileiras de tijolos assentados com saibro. O fundo do canteiro deve ser um pouco compactado.
Pronto o serviço, devemos encher o canteiro com esterco bem curtido. Este esterco deve ser bem lavado com água, para eliminar a urina, multo ácida e prejudicial a elas. No dia seguinte, molhamos o esterco com um esguicho ou regador e colocamos as minhocas, na proporção de 1 litro para cada canteiro de 1m de largura p6r 4m de comprimento, quando da vermelha da Califórnia ou 2 litros quando das espécies nacionais.
Quando usamos esterco, o humus fica pronto em 45 a 50 dias mas, quando usamos materiais orgânicos (restos, folhas, lixos etc.), há necessidade de 90 dias para que o composto fique pronto. Segundo Morganti, o maior criador de minhocas, do Brasil, a vermelha da Califórnia transforma o esterco em humus mais rapidamente, mas as nacionais têm maior capacidade para transformar as matérias orgânicas. A única desvantagem das nossas minhocas é que elas são menos prolíficas.
A umidade nos canteiros é importante, devendo ser de 35 50% para as minhocas e de 40 a 45% para os minhocuçús. Na prática, podemos verificar o grau de umidade do composto ou esterco em que estão as minhocas.
Para isso, pegamos um punhado da massa na mão e apertamos: se não houver nenhum sinal de água ou de umidade, é porque a massa está seca demais; se houver sinal de umidade, saindo algumas gotas, é porque está boa e se escorrer água, entre nossos dedos, é porque há umidade em excesso. Para que os canteiros mantenham a umidade desejada e também uma temperatura mais constante, de 18 a 2000, de preferência, devemos fazer uma cobertura de sapé ou qualquer outra palha, sobre os canteiros.
Coleta
É a operação mais Importante, delicada e difícil, quando manual. Para isso, retiramos a terra do canteiro, junto com as minhocas e depois a peneiramos, separando os animais. Quando a quantidade for muito grande, podemos usar separadores motorizados, parecidos com os cilindros rotativos separadores de pedras, por tamanhos, muito usados em pedreiras.
As minhocas são, assim, separadas e depois embaladas para a venda, incorporada ao solo nos locais das plantações ou colocadas em canteiros, para a reprodução. Os minhocuçús, no entanto, devem ser coletados com ganchos de arame, com todo o cuidado para não feri-los.
Minhocas em coelhários
Quem possui criação de coelhos, poderá fazer e com maiores facilidades, uma boa criação de minhocas nas valetas existentes pør baixo das gaiolas, principalmente em galpões.
Podemos criar minhocas em tabuleiros ou caixas, inclusive colocando-os em estantes com diversos andares ou prateleiras, economia de espaço. Também em canteiros de hortas ou em jardins podem-nas ser criadas, desde que lhes proporcionemos as condições adequadas de alimentação, umidade etc.
Antes de iniciar a construção de canteiros, faça uma cuidadosa profilaxia do local para uma completa prevenção contra os predadores naturais das minhocas: formigas, traças, centopéias, sanguessugas, ratos e tatus (roedores), sapos (anfíbios), cobras e lagartos (répteis), galinhas (aves), porcos, etc.
Alimentos
Como vimos anteriormente, as minhocas "vermelhas da Califórnia - MDM" se alimentam de preferência de resíduos orgânicos decompostos ou em decomposição (restos de animais e vegetais).
Como fontes de matéria-prima, citamos:
- Esterco animal;
- Esterco de aves de granjas;
- Cama de frango;
- Esterco de galinhas poedeiras;
- Esterco de codornas, etc...;
- Esterco de porcos
- pocilgas;
- Esterco de cavalos
- haras;
- Esterco de coelhos;
- Esterco de gado
- leiteiro e confinado;
- Restos de culturas, jardins, hortifrutigranjeiros, etc..;
- Resíduos agro-industriais, laticínios, alimentares, têxteis, etc;
- Lodo de esgoto doméstico;
- Lodo de esgoto urbano;
- Lixo domiciliar ou de condomínios fechados;
- lixo de usina urbana.
No que se refere à utilização de matéria-prima, é importante ter conhecimento de que para cada substrato ou esterco corresponde uma qualidade ou quantidade de humus e que antes de sua utilização, assim como para com os restos vegetais, é fundamental proceder a sua preparação.
Canteiros
Previamente à construção dos canteiros, deve-se planejar corretamente o local onde serão instalados, levando-se em conta alguns fatores como:
- local com água e energia elétrica próxima;
- local com possibilidade de expansão futura;
- local sem ruídos, sem ventos e sem variações bruscas de temperatura;
- local arejado, o que auxilia a irrigação e conserva a umidade.
Os canteiros podem ser feitos de qualquer material disponível como por exemplo: a madeira, bambu, telhas, bloco de cimento ou amianto, tijolos, etc. O importante na sua construção é não perder o dimensionamento futuro.
Quanto ao seu tamanho, pode-se criar minhocas a partir de caixotes (hobby/pesquisa) até grandes canteiros para produção em escala comercial. Após a construção dos canteiros, procede-se o seu enchimento.
O alimento preferido das minhocas é o esterco curtido. Como a minhoca busca e seleciona o alimento, para não perder tempo, evite sempre que possível, a mistura de matéria-prima. Pode-se, porém, misturar o esterco com outros substratos orgânicos de forma a melhorar o arejamento e evitar a compactação.
A quantidade de minhocas necessárias para um canteiro varia com o tamanho e o tempo que se deseja para a transformação do substrato em humus.
Sempre que se fala em povoamento de canteiros, a unidade de medida usual é o litro, sendo que um litro de minhocas corresponde a 1kg e contém, aproximadamente, 1.200 a 1.500 indivíduos (dependendo do tamanho das matrizes), da espécie E. foetida e de 300 a 350 da E.
Eugeniae
É absolutamente imprescindível, também, que se tenha o máximo de cuidado na escolha das matrizes para a iniciação do cultivo de minhocas. Faremos uma analogia com o que se passa na escolha do rebanho para o pecuarista.
Primeiro ele define o objetivo, se vai produzir leite ou carne, para depois escolher o gado certo, pois geralmente, o gado que produz leite não produz muita carne e vice-versa. A procedência das matrizes é de fundamental importância para o iniciante.
Este é um dos principais fatores no sucesso futuro: boa procedência das matrizes.
Manejo
Instaladas as matrizes, é necessário o manejo diário (cuidados), observando-se as condições ideais para uma reprodução eficiente, crescimento sadio e adequado, e a transformação em humus aceleradamente.
Para que isso ocorra, verifique e mantenha as seguintes condições no canteiro, a "casa" das minhocas:
pH = 7,0
temperatura = entre 17 e 22 CC
umidade = entre 80 a 85%
aeração = intensa
Condições ideais a serem observadas numa "casa" de minhocas.
Colheita
Quando todo o substrato se transformar em humus, é hora da colheita: separação de humus e minhoca. Este tempo dependerá da quantidade de minhocas e do substrato do canteiro.
Dentre os métodos usados nesta separação, citamos:
- mesa;
- isca;
- elétrico;
- peneira;
- passagem direta;
- mecanizado.
A peneiração pode ser feita manualmente, de maneira simples e eficiente para as pequenas criações. As peneiras mecânicas elétricas vibratórias são utilizadas em criatórios grandes.
As minhocas caem ao final da peneira plana e o humus vai caindo ao longo da mesma saindo já embalado. É preferível usar este tipo de peneira do que a peneira rotatória adaptada da construção civil que tem um índice de morte, em torno de 30 a 50%, resultado de improvisações sempre desastrosas.
Controles
Em qualquer criatório, mesmo pequeno, deve-se ter o cuidado de fazer, diariamente, anotações com o objetivo de evitar perdas de dados e números, pois somente assim poder-se-á tirar maior proveito das experiências adquiridas.
Nos métodos convencionais, inicialmente, os criadores são capazes de produzir de 200 a 250 kg de humus e 1kg de minhocas por metro quadrado a cada 45 dias, enquanto os produtores internacionais citam como média a produção de 4 kg de minhocas/m2 e de 400 kg/ m2 de humus/mês.
Armazenamento de humus
Tanto a separação quanto a estocagem de humus deve ser efetuada em local abrigado do sol, em galpão coberto e bem ventilado. Os produtores costumam estocar a granel, em montes ou ensacados em volumes de 40/60 litros. É fundamental manter a umidade do humus para prolongar seu tempo de vida útil