Algodão colorido, um importante nicho de mercado
28/09/2011
Variedade da fibra é apreciada no mercado europeu, principalmente, na Alemanha
Não é apenas o algodão puramente branco que existe. Do algodoeiro, também é possível colher variedades em tons avermelhados, verde, marrom escuro e creme, todas já disponíveis no mercado.
O algodão colorido, como é popularmente conhecido, é tão antigo quanto o branco, conta Napoleão Esberard de Macêdo Beltrão, chefe geral da Embrapa Algodão, instituição que estuda a fibra desde 1978.
Segundo ele, estudos arqueológicos identificaram na região onde hoje se localiza o Paquistão o cultivo do algodão colorido já em 2.700 a.C..
Beltrão pontua que para uma variedade ser lançada é preciso bastante tempo de pesquisa, a fim de equilibrar cor e qualidade da fibra. Em média, são 14 anos de estudo para se chegar a um bom resultado, afirma ele, acrescentando que só a Embrapa tem mais de 60 especialistas atuando nesta área.
O chefe geral da Embrapa Algodão ressalta que a fibra colorida é muito apreciada pelos consumidores europeus, principalmente, na Alemanha.
Regiões
Por sua vez, Ronaldo Spirlandelli, presidente do Congresso Brasileiro de Algodão (CBA 2011), realizado na semana passada, na capital paulista, explica que, nas décadas de 1950 e 1960, o algodão era cultivado basicamente entre os Estados de São Paulo e Paraná.
Foi no começo dos anos 1990, que a produção se expandiu para o Cerrado. Atualmente, segundo Spirlandelli, que também preside a Associação Paulista dos Produtores de Algodão (Appa), Bahia e Mato Grosso são os principais polos produtores do País.
Congresso
Promovido pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), o CBA 2011 destacou os mais recentes avanços tecnológicos para a cotonicultura. Além da mostra de produtos, o evento, que durante quatro dias reuniu mais de dois mil visitantes, teve ainda palestras, debates e cursos.
Um dos destaques foi a apresentação da diretora executiva da Associação Brasileira do Agronegócio da Região de Ribeirão Preto (ABAG-RP), Patrícia Milan, que falou sobre os programas educacionais que a entidade desenvolve, com o objetivo de aproximar a população urbana do agro, como, por exemplo, o Agronegócio na Escola.
Desde 2001, a iniciativa já chegou a mais de 120 mil estudantes entre 13 e 15 anos do interior paulista. No ano passado, fizemos um concurso de frases e a vencedora foi agronegócio, uma palavra, milhões de empregos, disse Patrícia.
Também presente ao evento, o ex-ministro da agricultura, Roberto Rodrigues, idealizador do Movimento Sou Agro, reforçou o recado. O Brasil precisa se conscientizar de sua relevância no agro mundial. Falta estratégia no governo para isso, mas para que isso aconteça a sociedade precisa entender o setor, e isso se faz com comunicação.
Sou Agro
Autor: Júnior Milério