Cajuína pode passar a ter certificação de origem
10/08/2010
A cajuína, uma bebida feita com a polpa do caju, pode passar a ter certificação de origem. A iniciativa é de uma associação de agricultores do Maranhão e do Piauí que quer estabelecer normas para a produção do refresco.
A boa florada animou os produtores de caju no leste do Maranhão. O pomar, com 82 hectares, fica no município de Timon, na divisa com o Piauí. Pertence a uma cooperativa de 23 agricultores que produzem cajuína, uma bebida natural, sem açúcar, conservantes e álcool, típica do Nordeste.
O agricultor João Francisco Vieira é um dos sócios da cooperativa e está feliz da vida. O caju aqui era um produto talvez como esquecido, vamos dizer assim. Mas quando surgiu a história da cajuína na região Nordeste e o pessoal começou a experimentar e gostou, a cajuína agora tem um grande valor aqui na região, disse.
O produtor Célio Luiz Barbosa é dono de 15 hectares de caju ás margens do Rio Parnaíba. Ele espera produzir este ano 15 mil litros de cajuína. São 40% a mais que no ano passado. Quem quiser produzir cajuína pode ter certeza de que não fica com uma garrafa guardada em casa. Não existe concorrência ainda para a cajuína. Se a gente fabricar um milhão de garrafas é pouco. Um bilhão de garrafa é pouco, avisou.
Numa estratégia para aumentar ainda mais a produção e conquistar mercado, este ano os produtores do Maranhão decidiram buscar aliados no Estado do Piauí, que é o maior produtor de cajuína.
Os produtores do Maranhão e do Piauí tentam agora conquistar o Selo de Indicação Geográfica, uma espécie de certificado que atesta a qualidade da cajuína produzida na região.
Vamos poder agregar mais valor ao nosso produto. Com isso ganha o produtor e ganha o consumidor porque vai consumir um produto que é classificado, explicou Lenildo Lima, presidente da Cooperativa de Produtores de Caju do Piauí.
Os produtores devem entrar com o pedido para obter o Selo Geográfico até o fim do mês. O certificado é emitido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial. No Brasil, o café e o vinho já possuem esse tipo de certificação.
Globo Rural