Embora existam muitas raças, separa-se conforme o objetivo da criação: carne, pele, lã ou filhotes (pet).
Características das principais raças:
Nova Zelândia
Raça americana, pesando 4,5kg os machos e 5kg as fêmeas, embora possam ultrapassar esses pesos. Existem as variedades branca e vermelha.
São coelhos muito mansos, com uma bela e espessa pelagem branca ou vermelha uniformes, conforme a variedade. Os da variedade branca têm os olhos vermelhos ou róseos. É considerada uma das melhores raças mistas, para carne e pele, sendo a mais criada em todo o mundo, inclusive no Brasil.
Aptidões e qualidades
É uma raça de introdução relativamente recente, que tende a prosperar continuamente, em virtude de suas excelentes qualidades para a criação. É prolífica, precoce, rústica, de excelente carcaça e peles de média categoria, bem aproveitáveis. As fêmeas são mansas e boas criadeiras (as brancas são melhores que as vermelhas). Os láparos atingem 1,8-2,0 Kg com 8-10 semanas, quando podem ser abatidos para o consumo.
Califórnia
Peso de 4kg para os machos e 4,5kg para as fêmeas. Tem um aspecto geral harmonioso e uma ótima pele de pêlos branco-gelo, macios, sedosos e brilhantes. Possuem as extremidades (focinho orelhas, patas e cauda) escuras (quanto mais escura, melhor, sendo ideal a cor preta). É considerada uma das melhores raças, criada em todo o mundo.
Aptidões e qualidades
O Californiano está ganhando cada vez mais reputação como excelente coelho de dupla utilidade: ótima pele branca, como ideal para o corte carne fina, precoce, boas qualidades de criação, quer em a estado puro, quer para cruzamentos industriais, particularmente com o Nova Zelândia Branco. No Brasil, apesar de introduzido recentemente, o número de criadores vem aumentando progressivamente, como acontece em outros países.
Chinchila
Raça originária da França, de nível médio, pesando em média 4,0 Kg machos e 4,5 Kg fêmeas. O pelo é constituído de três cores: base cinzenta, médio branca e a ponta preta, que dá a impressão de um conjunto cinzento mais claro ou mais escuro.
Aptidões e qualidades
O coelho chinchila vem ganhando espaço na cunicultura por apresentar boa aptidão para a produção de carne e de peles, além de responder muito bem a cruzamentos industriais, principalmente com a raça Nova Zelândia Branco, produzindo coelhos precoces.
Coelho Azul de Viena
Originário da Áustria, o coelho Azul de Viena é uma das raças de porte médio mais populares, provavelmente por preencher satisfatoriamente os requisitos de dupla utilidade: carne e pele. Foi obtido por J. K. Schultz, em 1893 (em Viena), supostamente como resultado de cruzamentos de coelhos gigantes preto e amarelo. É bem conhecido no Brasil.
Descrição
Peso de 3,5 a 5,5 Kg no adulto, ou 4,5 Kg em média. O tipo primitivo, de tamanho gigante foi abandonado.
Pelagem de coloração azul escuro, uniformemente distribuída na parte superior do corpo, descobrindo-se para as extremidades e ventre, que é claro.
As tonalidades marrom, preta e clara são indesejáveis, assim a como a presença de pelos brancos. Os pelos são de comprimento uniforme, lisos, macios e brilhantes - mesmo no ventre.
Aptidões e outras qualidades
É esta uma das raças mais rústicas e fáceis de criar, prestando-se tanto para a produção de carne, com boa carcaça, como para a produção de peles, que, embora não imitem a de qualquer outro animal prolífero, é muito bonita, para a confecção de agasalhos. Para este fim, é necessário dedicar muita atenção à seleção evitando a reprodução de animais com defeitos graves de pelagem, principalmente a presença de "ferrugem", muito comum. O excesso de luz, falta de limpeza das jaulas e a idade, contribuem para o agravamento deste defeito.
Coelho Rex ou Cartorrex
A raça Rex (rei dos coelhos) foi criada em 1919, na França, por Caillon, separando um casal de láparos que tinha nascido com "pelo de rato" e fazendo-os reproduzir. Tratava-se de uma mutação recessiva, pela qual os pelos caprinos ou churdos se atrofiavam, ficando confundidos no meio da borra ou anafaia (sub-pêlo). Estes também se tornavam mais densos, tomando uma direção perpendicular à pele, que lhe dava a aparência aveludada. Posteriormente foi melhorado pelo Abade Gillet e pelo Prof. Kohler.
Foi reconhecido como raça a partir de 1924, e era, a princípio, tido como um coelho muito fraco e de difícil criação. Os primeiros coelhos eram de cor de castor, donde derivou o nome de Castor-Rex.
Mais tarde foi cruzado com numerosas raças e obtiveram-se coelhos Rex de todas as cores possíveis. Os mais estimados são Castor Rex escuro, Castorrex castanho ou Havano, Castorrex azul ou' Lince Rex, Negro ou Lontra Rex, Alasca Rex, Arminho Rex, Azul Rex, Chinchila Rex, Nutria Rex, Topo Rex, Lilás Rex, Branca Rex, etc. Após esses cruzamentos' para obtenção das variedades, verificou-se que esses coelhos não eram tão difíceis de criar.
Provavelmente isto fora verdade nos primeiros exemplares da raça, devido à consangüinidade, mas o vigor foi restabelecido nos cruzamentos com outras raças.
Hoje é considerada uma das melhores raças de coelho de dupla utilidade, produzindo as melhores peles e carne muito fina.
Descrição
Peso de 3 a 4 Kg, chega a idade adulta ao 5 meses.
Pelagem finíssima, com ausência aparentemente completa de pelos cáprios, de aspecto lanoso-aveludado, semelhante ao da lontra preparado, porém mais fino e curto. Quanto mais curto for o pelo, melhor (de 1ª com 1,3 mm), admitindo-se até 1,6 mm de comprimento no meio do dorso. Quando os pelos são mais longos, as peles tem pouco valor. O pelo é denso e se acama na direção que se lhe dá, com bastante brilho.
A cor do "Castor-Rex" vai do vermelho escuro até o acaju escuro, preferindo-se geralmente os tons mais escuros, que se aproximada cor do castor. A cor é centrífuga e vai clareando para o ventre, a que é branco ou cinza muito claro. As coxas são às vezes um pouco acinzentadas.
O "Havana-Rex" deriva do cruzamento com fêmeas Havanas, tem a cor do castor, porém de maneira uniforme. Toda a pele pode ser aproveitada. Não deve ter pelos brancos.
O "Lontra-Rex" tem o fundo do pelo cinzento e reflexos avermelhados. O ventre tem uma faixa cinza.
O "Chinchila-Rex" tem a cor do Chinchila, às vezes com um tom acastanhado e o ventre com faixa branca.
Os "Azuis-Rex", derivados do Azul de Beveren e de Viena, tem os pelos cinzentos muito claros na base, aveludados e brilhantes.
Os "Negro-Rex", provenientes de raças negras, tem pelos muito brilhantes.
Os "Branco-Rex", brancos uniformes, foram obtidos pelo cruza\mento com Branco de Viena, de Bouscat e da Vendéa. Pode-se utilizar a pele inteira.
O "Arminho-Rex", derivado do Polaco, dá peles pequenas, porém com pelos muito finos, sedosos e brilhantes.
Existem ainda numerosas variedades menos comuns, mas igualmente valiosas, tais como a "Rosa-Rex", a "Gris-Perle", a "Cor-de-fogo", a "Laranja", a "Zibelina", a "Fuinha" etc.
Aptidões e outras qualidades
As peles dos Rex, quando uniformes e de cores definidas, possuem grande valor, por este motivo devem constituir o objetivo principal da criação e da seleção. Não obstante, como o tamanho da pele também a valoriza, deve-se evitar a degenerescência no peso. Sua carne não é inferior à dos demais coelhos - excelente em algumas variedades - e, embora valha menos que a pele, os Rex devem ser considerados mistos: para a pele e carne, como o Chinchila.
A princípio, considerava-se o Castorrex um coelho fraco e doentio, porém, graças à seleção e ao cruzamentos bem conduzidos, é atualmente uma das raças mais fáceis de criar, acreditando-se mesmo ser mais resistente a certas moléstias, como à coccidiose, do que outras raças.
Coelho Angorá
É freqüente referirem-se a esta raça como proveniente de Angorá, Turquia asiática, onde se diz ser antiga sua criação. Não se sabe ao certo quando e onde se deu a mutação que originou o coelho Angorá, entretanto seu nome deve ter-se originado apenas na semelhança com a raça de cabras de Angorá.
Distingue-se das demais raças da espécie por ser a mais importante produtora de pelos. No entanto, é considerada de tríplice utilidade: lã, carne e pele.
Distinguem-se, quanto ao tamanho, três variedades, a pequena, com primitiva da raça é a branca, porém as variedades mais estimadas são hoje as negra pura, azul-escura, havana e siberiana (branca com malhas típicas do russo).
O pelo longo e sedoso, que se destina à fiação, é obtido por depilação dos animais vivos. Penteiam-se os animais cada 15 dias (começando quando tem um mês a um mês e meio de idade, geralmente na desmama), com uma escova de cerdas rijas ou pente grosso. A colheita de pelos é feita por arranque, quando estão "maduros" (soltam) o que pode acontecer logo na oitava semana. As primeiras colheitas são inferiores e o produto não deve ser misturado com o dos animais idosos. O segundo arranque é feito 60 dias depois do primeiro, o terceiro, setenta, o quarto com 80 dias de intervalo e daí por diante, cada três meses. Os coelhos não ficam completamente pelados, pois conservam os pelos curtos.
Descrição
Peso 1,5 a 4 Kg dependendo da variedade, e atinge a idade adulta aos 6 meses.
O pelo deve ser tão comprido quanto possível (de 12 a 18 cm), fino liso, sedoso, denso, suave ao tato, não permitindo ver-se porção alguma da pele. Cor de acordo com as variedades, uniforme, salvo na Siberiana. O pelo não deve ser inferior a 8 cmpara julgamento. O pelo não deve ser emaranhado, sujo, ralo, grosso, lanoso, maltinto, malhado, nem devem faltar os tufos característicos. A cor primitiva da raça é branca, sendo comuns as variedades descritas na introdução.
Aptidões e outras qualidades
Conquanto o principal objetivo da criação do coelho Angorá seja a produção de pelos, é considerado misto, porque é utilizado pela sua excelente carne e para a produção de peles.
A produção de pelos no primeiro ano atinge 200g e nos anos seguintes 300g por cabeça, havendo exemplares excepcionais, que chegam a produzir 600g.
O arranque obedece a uma técnica especial. Primeiro passa-se o pente para alisar, depois, segurando-se com a mão esquerda a pele, puxam-se os pelos mais compridos, perpendicularmente ou segundo a inclinação dos pelos (conforme a região), deixando os da cabeça, cauda e patas e os mais curtos do corpo. Os animais depilados são então reunidos em grupos pequenos com cama abundante para se aquecerem. Os pelos são guardados em caixas, sem compressão, para evitar seu emaranhamento.
Os Angorás são coelhos rústicos, muito mansos e sociáveis, sentindo prazer em serem penteados. As coelhas são prolíficas, dando 07 a 08 láparos por parição, os quais nascem nus e com a cabeça muito grande. Entre o 4º e o 8º dias, conforme o calor, nascem os pelos que crescem rapidamente. A primeira muda se faz aos 03 meses, porém convem pentear desde a desmama.
Para conservarem as excelentes características de seu pelo devem ser mantidos em gaiolas escuras, quentes e sem correntes de ar. Há criadores que os criam principalmente para carne, sem se preocuparem muito em cuidar dos pelos, outros destinam as peles ao curtimento, a sacrificando os animais depois da muda de inverno. Essas peles se destinam a confecção de abrigos.
Quem quiser criar essa raça em nosso país, deverá antes de começar, assegurar-se da colocação de seus produtos a preço remunerador.
Coelho Gigante de Flandres
Apesar das opiniões discordantes, é provável que a sua origem tenha tido lugar na Bélgica, pela seleção do coelho selvagem domesticado. Não se conhece a história da formação desta raça, o que demonstra sua antiguidade.
O nome de Gigante provém de sua extraordinária corpulência, quando comparado ao tamanho de coelhos de outras raças, chegando algumas fêmeas a pesar quase 10 Kg.
Quando jovem, dá carne de qualidade razoável e pele grande, apesar dos pelos não serem tão densos como noutras raças.
É criado em todos os países cunicultores em grande escala. No Brasil é uma das raças mais conhecidas tanto pelos amadores como pelos profissionais.
Descrição
Peso quando adultos, de 6 a 8 Kg. Os animais com menos de 5 Kg com um ano ou de pesos exagerados devem ser eliminados. Comprimento de 80 a 100 cm, 90 em média, tomado da ponta do focinho à ponta da cauda. A fêmea é maior.
O pelo é fino, liso, de comprimento variável, segundo a variedade, preferivelmente denso e curto. Há duas cores típicas na raça, a cinza de lebre e a cinza do coelho bravo (acastanhado), ambos com o ventre, parte inferior da cauda e pés brancos. Muitas variedades foram formadas posteriormente pelo cruzamento com outras raças: Negra de olho róseo, Azul-prateada, Azul-afogueada, Branca-afogueada, Branca de olho escuro e de olho róseo. Não se admitem barras negras ou brancas nos pés e mios nas variedades coloridas, porém não constituem defeitos pelos brancos disseminados nessas regiões.
Em julgamento são desclassificações o pelo longo e lanoso e malhas brancas no focinho e na fronte das variedades coloridas, nas quais a cor deve ser bem definida
Aptidões e outras qualidades
É considerada uma das melhores raças de carne e uma das mais populares no Brasil. A carne dos animais adultos é inferiores, moles e muito gordurosas, devendo ser os animais sacrificados antes de completarem um ano. A carne dos jovens, contudo, é apreciada.
Dá peles grandes, uniformemente revestidas, prestando-se muito bem para curtir. Para peliças, dá-se preferência às variedades brancas por tomarem melhores as cores no tingimento.
Embora uma raça grande é tardia e não das mais rústicas, devendo ser criada em gaiolas espaçosas (80x80 cm).
As coelhas são pouco prolíficas, dando de 04 a 07 láparos por parição. Criam mal, por cujo motivo se devem deixar apenas 03 a 04 láparos ou simplesmente 02, quando se trata da primeira cria. Devem ser cobertas aos 06 meses, porém os machos só devem cobrir a partir de um ano de idade.
Os láparos são delicados, muito sensíveis à umidade e ao vento mães se ressentem da amamentação, que não deve prolongar-se.
Os coelhos Gigantes sofrem mais com o calor excessivo do que os das raças menores, de maneira que devem ser bem protegidos. É uma raça indicada para criações em pequena escala, de amadores, e, na criação industrial, usada somente nos cruzamentos de compensação.