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Ci­tri­cul­tu­ra: um ­olhar pa­ra o fu­tu­ro

26/04/2010
No­vos in­ves­ti­men­tos, ­mais ­área de pro­du­ção e ­mais in­dús­trias ­abrem ho­ri­zon­tes pa­ra a la­ran­ja do Pa­ra­ná; cri­se em ou­tras re­giões pro­du­to­ras co­lo­ca o Es­ta­do na li­nha de fren­te Dentro de 30 dias serão colhidos os primeiros frutos dos pés de laranja plantados na Fazenda Urupês, em Cruzeiro do Oeste. O pomar, que começou a ser cultivado há apenas dois anos, conta atualmente com 400 mil árvores e representa o início do projeto "Laranja, uma visão de futuro" - da Citrospar Agroindustrial S/A - cujo objetivo é transformar a região oeste do Paraná em um dos principais polos produtores da fruta no Estado. O projeto também visa à implantação de uma indústria de transformação da fruta dentro de cinco anos. Para isso, entretanto, além do laranjal da Fazenda Urupês e de outros 100 mil pés distribuídos em áreas de cerca de 20 produtores da região, outros 3,5 milhões de árvores da fruta deverão ser instaladas neste período. "É um projeto ousado. Mas estamos trabalhando forte, pois é uma ideia que vai melhorar a economia da região, gerar emprego e renda a muitas famílias", afirma Valter Pereira da Rocha, presidente da Citrospar, empresa formada por nove sócios. Segundo ele, uma segunda fazenda já foi arrendada pela Citrospar e receberá em breve cerca de 250 mil pés de laranja. Com mais essa aquisição, os investimentos no projeto já somam R$ 11 milhões. A empresa também tem feito um trabalho de atração de produtores, para alcançar o número de pés necessários para atender a demanda que uma indústria necessita, de cerca de 4 milhões de árvores. Rocha acredita que perto de 10% do volume que será utilizado pela indústria virá de produtores parceiros. O projeto de produção e industrialização de laranja da Citrospar não caminha sozinho no segmento de citricultura do Estado. Pelo contrário, faz parte de uma onda, de matizes alaranjados, que vem dando o tom da fruticultura do Paraná e tem potencial suficiente para crescer, florescer, se fortalecer e ganhar mercados. Principalmente aqueles atendidos atualmente pelas principais regiões produtoras de suco concentrado do mundo, os Estados de São Paulo e da Flórida, nos Estados Unidos, as quais têm passado por diversos problemas, entre eles a incidência de pragas e doenças, como o greening. Além dos pomares e de três indústrias transformadoras da fruta já existentes no Paraná - sendo duas vinculadas ao sistema cooperativista - ainda há o projeto da Cooperativa Integrada, cuja indústria de citrus deverá ser inaugurada em 2012 em Uraí. Atualmente, o Paraná é quinto produtor da fruta no País, com pouco mais de 20 mil hectares plantados e produz cerca de 550 mil toneladas. No estado de São Paulo, principal produtor de laranja do mundo e o maior exportador de suco concentrado, o pomar dessa fruta ocupa 599 mil hectares, cuja produção soma 14 milhões de toneladas. Os dados são do Departamento de Economia Rural (Deral), órgão ligado à Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (Seab). Potencial Tecnicamente, ou naturalmente, o Paraná tem como aliados clima e solo. "Principalmente o norte do Estado - de leste a oeste - e a faixa que desce o noroeste e segue até Foz do Iguaçu têm um clima ideal para a produção da fruta destinada à indústria", afirma Eduardo Fermino Carlos, pesquisador da área de melhoramento genético de citrus, do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar). E conta também com um arsenal de profissionalismo vindo diretamente do campo. "Nosso produtor cuida devidamente da sua lavoura. Tem um olhar profissional e não amador para a atividade"", acrescenta Paulo Andrade, engenheiro agrônomo do Deral. Esse cuidado, segundo ele, se deve especialmente ao fato de que o Paraná ficou proibido de produzir laranja na década de 1970 e início de 1980 por conta da incidência do cancro cítrico. Só depois, mediante a iniciativa de alguns empresários a cultura foi retomada no final de 1980. "Por isso nosso produtor é mais atento e cuida do pomar desde o início, para não deixar que uma doença atrapalhe a atividade novamente. Já fomos penalizados pelo cancro na década de 1970", ressalta o engenheiro. No Paraná, acrescenta Andrade, há uma atuação técnica bastante forte no campo, os produtores têm assistência direta de agrônomos e por conta disso têm conseguido controlar algumas doenças. "Há um respaldo técnico, principalmente no greening, e também no cancro cítrico, no qual o Iapar é referência em pesquisas", comenta o engenheiro, destacando que o Estado tem potencial para se destacar no segmento porque conta com terra favorável, produtor consciente e técnica disponível. Folha de Londrina Autor: Erika Zanon
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