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Sistema de Criação

29/06/2009
Existem diversos sistemas de criação de peixes hoje em dia. A escolha de um deles, ao se iniciar uma piscicultura, vai depender de fatores como: tamanho do investimento que se deseja empregar, disponibilidade de materiais, produtividade esperada, tecnologia, entre outros. Os sistemas mais utilizados são: Sistema Extensivo Este sistema se caracteriza por ser realizado em represas construídas utilizando a declividade do terreno, apenas barrando a água, ou em lagos naturais, não havendo a intenção de esgotar totalmente a água nem tão pouco a introdução de espécies exóticas à região. Essa condição é encontrada na maioria das propriedades rurais do Brasil, nas quais essa coleção de água ainda serve de bebedouro para outros animais, para lazer ou subsistência do proprietário e raramente é explorada no aspecto econômico. Quando se encontra essa situação pode-se obter uma produção anual de 200 a 400kg de pescados por hectare de área alagada. Deve-se dizer que essa produção será afetada pela condições climáticas e geográficas da região e pela qualidade da água. Sistema Semi-Intensivo É o mais difundido no mundo todo. No Brasil, esse sistema é encontrado em mais de 95% das pisciculturas e se caracteriza pela maximização da produção de alimento natural (fito e zooplâncton, bentos e macrófitas) para servir como principal fonte de alimento dos peixes. Outra restrição é que a alimentação de água do viveiros deve somente para repor a água perdida por evaporação e infiltração, sem que ocorra renovação. Isso porque a adubação dos viveiros implica em custos, e a renovação de água, por sua vez, implica em perda desses nutrientes. Construção dos viveiros: a construção é planejada, e utilizam-se máquinas para escavar o viveiro, o qual deve apresentar uma declividade que possa proporcionar o total escoamento da água e facilitar a despesca. A profundidade do viveiro varia em torno de 1m, porém é desejável que possua, no mínimo, 70cm de coluna d'água, pois é nessa faixa que ocorre fotossíntese com maior intensidade. Adubação dos viveiros: para que se possa maximizar a produção de alimento natural, devemos realizar um aporte de minerais que pode ser feito com adubos orgânicos (esterco de bovinos, suínos, eqüinos, etc.) ou químicos (fontes de N e P). Espécies a serem criadas: esse sistema de cultivo favorece a criação de espécies com diferentes hábitos alimentares, aproveitando todos os níveis tróficos do ambiente. Ex: podem ser criadas juntas a carpa capim (herbívora), a carpa comum (bentófaga), o pacu e o tambaqui (onívoros). Alimentação: como não ocorre renovação da água dos tanques e ocorre uma adubação periódica do viveiro, o fornecimento de alimento artificial (ração) não deve ultrapassar o limite de 50kg/ha/dia. Caso isso ocorra, o ambiente não conseguirá reciclar todo esse material e o consumo de oxigênio pelos organismos decompositores aumentará, acarretando na morte dos peixes por falta de oxigênio dissolvido na água. Sistema Intensivo Esse sistema é aplicado para espécies que podem ser criadas em monocultivo (uma só espécie), que aceitam bem o alimento artificial (ração) e que possuem tamanho de mercado abaixo de 1kg. Viveiros: Tal qual no semi-intensivo os viveiros são planejados, escavados com máquinas e possuem declividade para facilitar o escoamento da água e despesca dos animais. A diferença está na alimentação de água que deve promover a renovação da água, para suportar a biomassa de pescado estocada e carrear as excretas para fora. Densidade: dependendo da disponibilidade e da qualidade da água pode-se estocar entre 1 a 10 peixes por m2. O fluxo de água é controlado para manter, no mínimo, um teor de oxigênio dissolvido (OD) de 3ppm. Alimentação: como a densidade de peixes por m2 é alta, o alimento natural não é capaz de manter sozinho o desenvolvimento completo dos animais. Portanto se faz necessário o fornecimento de um ração completa. Essa, por sua vez, deve se apresentar em forma de comprimidos prensados ou extrusados, onde se deseja uma estabilidade do mesmo de, pelo menos, 10min na água. Nessas condições de criação, a freqüência e o tipo de alimentador (a lanço ou automático), vão depender da disponibilidade de mão de obra, do tipo de ração e do objetivo da exploração. Sempre que possível deve-se fornecer ração a vontade aos peixes, e o tratador deve observar o consumo, evitando assim o desperdício, através da fixação da quantidade de ração em relação ao peso vivo dos animais Sistema Super Intensivo No desenvolvimento da criação de peixes uma importância considerada para um aumento de produção é dado na utilização máxima dos recursos de água disponíveis. Como inovação, a construção dos chamados sistemas de fluxo contínuo, a área de lâmina de água passa a não ser importante e sim a quantidade de água como fator limitante na produção. Nesse sistema os peixes são estocados em alta densidade em um longo tanque que exige um contudo fluxo de água, que garante para o pescado um suficiente suplemento de OD, e elimina os dejetos metabólicos. Aqui a densidade de estocagem não é considerada por unidade por m2 e sim biomassa por m3. Viveiros: devem ser de alvenaria, construídos para facilitar a saída das excretas através do fluxo de água. Alimentação: as condições desse sistema favorece a alimentação pelo fornecimento de ração completa. Pode-se usar um alimentador automático pois a concentração facilita o fornecimento da ração. Densidade: a biomassa por m3 supracitada depende da espécie que se dejesa criar pois cada uma delas apresentam comportamento e metabolismo diferentes. Por exemplo o pacu criado nessas condições suporta uma densidade de até 35kg/m3, sem alterar seu desenvolvimento. Já o matrinchã aceita uma biomassa de no máximo 15kg/m3. Nesses limites para essas duas espécies a taxa de renovação de água está em uma renovação a cada 30 a 40min, sempre mantendo uma teor de OD na saída do tanque de 3ppm. Sistema de Tanques-Rede Também conhecidos como gaiolas, esse sistema refere-se a um tipo de unidade de criação feita de tela, geralmente nas formas retangular ou circular, aberta no topo e flutuando na superfície. A gaiola é mantida na superfície através do uso de flutuadores ajustados. Os tanques-rede são utilizados em locais onde é difícil o escoamento total da água e não se consegue controlar bem o ambiente de criação. Ex.: represas, lagoas e braços de rio. Vantagens de se criar pescados em tanques-rede ou gaiolas: - Os tanques-rede podem ser utilizados em diversos curos d'água como remansos, grandes reservatórios públicos, lagos, canais de irrigação, etc. - Devido a alta densidade de estocagem num pequeno espaço, fica facilitada a observação dos animais e uma intervenção imediata caso necessário. - A despesca é mais simples e rápida. - O investimento inicial é 30 a 40% do investimento de um sistema convencional em vivieros - O manejo é simples e de fácil entendimento. Pouca mão de obra é necessária visto que um homem sozinho pode cuidar de até 40 gaiolas. Naturalmente tem-se certas desvantagens: - A contribuição do alimento natural está totalmente fora da dieta dos peixes. Isso quer dizer que o proprietário terá custos maiores com a aquisição de ração completa. - Por causa da alta densidade os peixes estão mais susceptíveis a doenças e infecções e são mais sensíveis a diminuição do OD. - Se as gaiolas forem de 1m3 para produção mais elevada, necessitará de maior número de trabalhadores contratados.
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