Dentre as muitas espécies existentes, na hora de se escolher que peixe criar alguns fatores como sistema de criação e região da piscicultura devem ser levados em conta. Deve-se fazer uma análise biológica e outra econômica antes de se iniciar um projeto novo. Destacamos mais alguns aspectos que devem ser considerados na escolha da espécie a ser criada:
A espécie deve ser facilmente propagáveis, natural ou artificialmente, isto é, poder produzir anualmente um grande número de alevinos.
A espécie deve tolerar as condições máximas e mínimas do ambiente;
A espécie deve ser de crescimento rápido e ter auto poder de conversão alimentar;
Os alevinos devem estar disponíveis o ano todo, ou na maior parte do ano, com garantia de entrega de no mínimo para os próximos 5 anos;
O alimento requerido deve estar disponível com custo compatível ao do empreendimento;
A espécie deve ter aceitação no mercado com preço competitivo;
Deve ser uma espécie com resistência ao manejo de rotina e a enfermidades mais comuns;
Espécies cultivadas
Carpas (Ciprynos carpia)
As mais cultivadas são as húngaras, que são espécies melhoradas das Carpas escama e espelho. Destacam-se as chinesas: Capim, Prateada e a Cabeça grande.
É peixe de fundo (exceto as chinesas) e de águas lenticas. Sua maturidade sexual se dá entre 8 e 12 meses. Seu ganho de peso está em torno de 1 a 1,2 Kg/ano.
São os peixes que melhor toleram as diferentes amplitudes climáticas, sobrevivendo de OºC a 4ºC.
Bagre Africano ou Clarias (Clarias lazarea)
Peixe de couro de origem africana. É extremamente resistente e chega a ganhar uma média de 2,5 kg/ano. Vem se popularizando em viveiros pôr resistir a baixos níveis de oxigenação na água, pois pode sobreviver e deslocar-se, ficando tora da água pôr longos períodos respirando ar atmosférico através de pseudopulmões. Hábito alimentar carnívoro, mas aceita bem o arraçoamento (com farinha de carne ou peixe, vísceras de frangos ou restos de matadouro). Tem carne avermelhada e com pouca gordura, com bom rendimento de filé. Atinge a maturidade sexual com nove meses de idade, mas sua reprodução tem que ser induzida. O Ibama proíbe seu cultivo - e também o do bagre do canal (catfish) em boa parte do território brasileiro. Para cultivar esta espécie, portanto, é fundamental consultar o Instituto na região em que se pretende implantar o cativeiro.
Curimbatá (Prochilodus scrofa)
Também chamado de curimba, corumbatá, grumatá, curimatá ou curimatá, é um peixe muito conhecido do Rio Grande do Sul até o Nordeste do país. Um peixe de fundo que cresce melhor em viveiros grandes podendo atingir até 800 gramas no primeiro ano. Têm hábito alimentar iliófago, isto é uma espécie de fundo de tanque. No policultivo, onde é utilizado como espécie secundária, sua função é remover o lodo, liberando os gases tóxicos e colocando a matéria orgânica em suspensão, o que ajuda a adubar os tanques. Sua vantagem de cultivo é o uso de pouca ração.
Pacu (Piaractus mesopotamicus)
Peixe rústico, precoce e de carne excelente. Chega a ganhar 1,5 kg/ano. Hábito alimentar onívoro. Vive bem em temperaturas elevadas acima de 25oC. Não suporta mudanças bruscas de temperaturas (3 a 4ºC).
Piauçu (Leporinus piau) e piapara (Leporinus piapara)
Recém introduzidos em criatórios. São peixes esportivos. Ganho de peso satisfatório, cerca de 800 g/ano.
Tambaqui
Hábito alimentar onívoro. Rústico e de excelente carne, apresenta bom crescimento e não suporta frio.
Tambacú
Resultado do cruzamento da fêmea do Tambaqui com o macho do Pacu. Animal rústico que visa reunir as características de maior resistência ao frio do Pacu com a excelente qualidade da carne e bom crescimento do Tambaqui.
Tilápia do Nilo
Entre as várias espécies existentes, esta é a mais utilizada para o cultivo, pôr apresentar um melhor desempenho, principalmente os machos. É um peixe africano muito rústico e com carne saborosa. Possui hábito alimentar planctófago e detritívoro, alimentando-se, em primeiro lugar, do plâncton e em menor proporção de detritos orgânicos, aceita bem rações artificiais. Atinge cerca de 400 gramas a 600 gramas no período de seis a oito meses de cultivo. É também utilizado como peixe forrageiro, servindo de alimento na criação de peixes carnívoros. A maior restrição ao seu cultivo é sua reprodução precoce, a partir de quatro meses de idade, o que gera o superpovoamento de tanques. Este problema pode ser contornado com a utilização apenas de alevinos machos, sexados manualmente ou revertidos através de hormônios sexuais, que são facilmente encontrados em vários fornecedores de alevinos. Para engorda deve-se escolher as Tilápias revertidas sexualmente, pois o macho apresenta o dobro da fêmea. Cresce até 1 kg/ano e pode chegar a 6 Kg de peso. Carne boa para filé. Peso comercial de 500 g além de ser resistente a baixas temperaturas e baixos teores de O2 dissolvidos na água.
Camarão-da-Malásia (Macrobrachium rosembergii)
Espécie adaptada à engorda em cativeiros no Brasil. Cresce bem com temperaturas entre 25ºC e 28ºC, em regiões mais quentes pode apresentar 2 safras/ano. Tamanho comercial médio de 30 gramas, atingindo em 6 meses de cultivo. Em sistema de cultivo de alta tecnologia chega a produtividade de 3000Kg/baiano.
Algumas plantas cultivadas na aqüicultura
Aguapé
Utilizada em ração animal e na lavoura como adubo verde composto ou cobertura para culturas. Fornece excelente produção de biogás e substitui lenha em caldeiras. Na água, controla eficientemente a proliferação de algas e atua como filtro purificando efluentes industriais e de esgotos.
Erva de pato
Rápida proliferação e serve para tratamento de águas alimentação humana e animal, pois contem proteínas e ácidos aminados
Vime
Rústico, pouco exigente. Utilizado para artesanato, produção de celulose, papel, fibras, derivados químicos e artigos do gênero.
Spirulinas
Algas microscópicas que formam agregados e podem ser usadas como alimento.
Anabela azolla
Através da fotossíntese provoca a liberação do hidrogênio da água e também tem a capacidade de fixar o nitrogênio do ar