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Seringueira

29/06/2009

Espécie nativa da região amazônica, pertencente à família Euphorbiaceae, podendo atingir até 50m de altura. Em condições de cultivo alcança 15-20m. Possui flores unissexuais, amarelas e pequenas, folhas pecioladas e repartidas em três folíolos, e frutos contendo três sementes. Planta produtora de borracha natural, produto largamente utilizado no fabrico de pneumáticos e em grande número de manufaturados imprescindíveis à vida moderna.

 CULTIVARES: clones de alto rendimento, no planalto, e tolerantes ao mal-das-folhas, no litoral. Atualmente, recomenda-se para o planalto: IAN 873. Para o litoral: IAN 873, IAN 717, FX 2261 e FX 25. ÉPOCA DE PLANTIO: sementes: fevereiro- abril; enxertia: período de vegetação (setembro- outubro0; mudas: dezembro- fevereiro.

ESPAÇAMENTO: 7 x 2,5m ou 7x 3m. MUDAS NECESSÁRIAS: 470 ou 570/ hectare, de acordo com o espaçamento.

CONTROLE DA EROSÃO: plantar em nível e manter o solo vegetado.

CALAGEM E ADUBAÇÃO: Aplicar calcário para elevar o índice de saturação em base a 50%, sempre que abaixo de 40%. Usar preferencialmente calcário dolomítico. A adubação de plantio, por cova, corresponde à adição de 20-30 litros de esterco de curral bem curtido, 30g de P2O5 e 30g de K2O. Cerca de um mês após o plantio, aplicar 30g de N, em cobertura. A adubação de formação e exploração corresponde a 50g de N, 50-100g de P2O5 e 50-90g de K2O, durante o 2º e 3º ano. Do 4º ao 6º, aplicar 80g de N, 70-140g de P2O5 e 70-120g de K2O. Do 7º ao 15º; 160g de N, 80-160g de P2O5 e 80-160g de K2O.A partir do 16º ano, 200g de N, 80-150g de P2O5 e 60-100g de K2O.

Aplicar os fertilizantes em duas parcelas, no início e no final da estação das águas. Aplicar os fertilizantes em duas parcelas, no início e no final da estação das águas. Outros tratos culturais: na formação: desbrotas para livra o troco até 2m; cultura intercalar de algodão, amendoim, mandioca até o 3º ou 4º ano após o plantio do seringal; no seringal: cobertura do solo com soja-perene ou cudzu-tropical, formados antes do fechamento da copa. Controle de pragas e moléstias: no litoral, cultivar clones tolerantes ao mal-das-folhas(microcyclus ulei), mostéstia que não é problema no planalto.

Mofo-cinzento do painel, que ocorre no litoral e no planalto: benomil ou captafol, pulverizando semanalmente no período chuvoso. Colheita: o látex é colhido o ano todo, com sangrias alternadas, dia sim, dia não.

Produtividade normal: 2-3 kg de borracha seca/planta/ano.

Observações: As sementes devem ser semeadas logo após a colheita, para não perder o poder germinativo. Evitar regiões frias e baixadas muito sujeitas a geadas. Aproveitar terrenos de cafezais erradicados. Eng.º-Agrº Mário Cardoso Seção de plantas tropicais B. Inst. Agron., Campinas, 200, 1990 Borracha Natural

Quem faz parte da cadeia agroindustrial da borracha natural? A cadeia agroindustrial da borracha natural é composta por: - segmento de insumos e serviços: - máquinas e equipamentos; - assistência técnica; - segmento produtivo: - produção e extração do látex virgem;

- beneficiamento da borracha natural; - segmento consumidor: - indústria pesada (pneumáticos); - indústria leve (artefatos); - segmento distribuidor: - atacadistas e varejistas (de pneus e artefatos); - recauchutagens; - borracharias; A indústria de artefatos, por sua vez, abrange diversos setores: - hospitalar/farmacêutico: catéteres, luvas cirúrgicas, tubos, preservativos, próteses, etc; - brinquedos: balões, máscaras, bonecos; - vestuário: tecidos emborrachados, meias, elásticos; - calçados: solados, adesivos, etc; - construção civil: pisos e revestimentos de borracha, placas, vedantes, etc. - maquinário agrícola e industrial: revestimentos internos de cilindros, artigos prensados e peças em geral; - auto-peças: câmaras de ar, batedores, coxins, guarnições, retentores, camel back (para recauchutagem), correias transportadoras, etc.

As principais características da borracha natural que a tornam uma excelente matéria-prima para setores tão variados são: elasticidade, flexibilidade, resistência à abrasão e à corrosão, impermeabilidade e fácil adesão a tecidos e ao aço.

Uma atividade de forte apelo socioeconômico e ambiental A expansão da heveicultura no Brasil traria grandes benefícios socioeconômicos e ambientais, tais como: -

Geração de emprego e renda: a heveicultura emprega uma pessoa a cada quatro hectares plantados, ao passo que nas atividades agrícolas, pecuárias e florestais tradicionais essa proporção é de um para dez. O número de pessoas hoje envolvidas com a heveicultura ultrapassa 80 mil no Brasil e, se o país conseguisse produzir as 160 mil toneladas que importa, poderia gerar cerca de 40 mil empregos diretos no campo. -

Redução das importações: o Brasil consome cerca de 250 mil toneladas de borracha natural por ano e produz aproximadamente 90 mil toneladas, sendo o elastômero o segundo item de maior saldo negativo na balança comercial do agronegócio do país. Os gastos com a importação do produto ultrapassaram US$ 1 bilhão entre 1992 e 2002. - Proteção ao meio ambiente: o cultivo da seringueira ajuda a evitar processos erosivos, protege os mananciais, a fauna e a flora.

Também mantém corredores ecológicos e representa uma alternativa à utilização de uma fonte não-renovável (o petróleo, usado na fabricação da borracha sintética).

A seringueira é originária do Brasil A seringueira (Hevea brasiliensis) é originária da região amazônica do Brasil. A borracha dessa árvore foi descoberta em meados do século XVIII e atualmente é a principal fonte de borracha natural do mundo. ... e foi levada pelos ingleses para suas colônias asiáticas

A importância econômica e industrial da borracha natural fazia da seringueira uma árvore estratégica, sendo que sementes foram levadas pelos ingleses para serem plantadas em suas colônias na Ásia. Naqueles países a seringueira foi cultivada como uma espécie comercial, diferentemente do Brasil, onde estava em seu habitat natural. Portanto, enquanto o sistema de produção brasileiro era o extrativismo, o asiático se baseava na exploração comercial. Esse foi o principal fator de sucesso da produção de borracha na Ásia.

Além desse aspecto agronômico, na Ásia não existia o fungo causador do mal-das-folhas (Microcyclus ulei), que é uma das doenças mais comuns dos seringais - sobretudo na Amazônia. O Brasil então perde competitividade Era praticamente impossível para o Brasil competir com a Ásia no mercado mundial, uma vez que o sistema de cultivo asiático era intensivo e não havia o mal-das-folhas. No Brasil, o governo insistia na extração de borracha na região amazônica, gastando muito dinheiro para subsidiar esse sistema de produção. Quase todas as tentativas de cultivo intensivo da seringueira na Amazônia fracassaram, devido à incidência do fungo microcyclus. O impacto na economia extrativista da Amazônia foi muito forte. As tensões cresceram entre proprietários de terras e de usinas e os seringueiros, há muito tempo pressionados por um regime de trabalho e uma remuneração injustos. O sucesso da seringueira na Ásia Os investimentos em pesquisa agrícola também explicam o forte crescimento da produção do látex na Ásia. A grande disponibilidade de mão-de-obra naqueles países foi outra característica que permitiu o avanço do cultivo, uma vez que o processo de sangria exige bastante trabalho manual. Atualmente, Tailândia e Indonésia são os maiores produtores do mundo, respondendo por 27% e 29% da produção total mundial, respectivamente.

O Brasil, que no início do século XX detinha o monopólio da produção mundial, hoje responde por apenas 1%, não conseguindo sequer suprir as necessidades da indústria consumidora instalada no país. Mas o Brasil muda a mentalidade de produção O Brasil só voltou a ter esperança de ser novamente um grande produtor de borracha quando descobriu que poderia cultivar a seringueira fora da região amazônica, escapando do mal-das-folhas e utilizando modernas técnicas agronômicas. Aos poucos, agricultores e pesquisadores começaram a levar a seringueira para regiões localizadas mais ao sul do país. Além disso, todas as políticas públicas, que sempre foram destinadas exclusivamente à borracha da Amazônia, passaram a contemplar, igualmente, as iniciativas de cultivo em outras regiões. Mas isso só começou a ocorrer nas décadas de 1970 e 1980. ... e encontra a chave para crescer A seringueira encontrou nas regiões Sudeste e Centro-Oeste do Brasil ótimas condições de cultivo, particularmente nos estados de São Paulo, Goiás, Mato Grosso e Espírito Santo. Nessas regiões, há mão-de-obra especializada e maior volume de capital para investimento em tecnologia. Além disso, a maioria das indústrias consumidoras está ali instalada, reduzindo os custos logísticos com o transporte da matéria-prima. O clima apresenta-se adequado para a seringueira, que perde suas folhas na estação seca, cortando o ciclo do fungo causador do mal-das-folhas e, conseqüentemente, mantendo as árvores sadias. Paralelamente, governo, entidades representadas por seringueiros e ONG's intensificaram os esforços em busca de alternativas para a sustentação das populações extrativistas da Amazônia. Hoje, o movimento em defesa dos seringueiros da região Norte do país é bastante forte.

Os resultados começam a aparecer Apesar de todos os desafios, o cultivo da seringueira no Brasil está se estabelecendo como uma atividade lucrativa e sustentável. A produção ainda é pequena, mas cresce substancialmente a cada ano. A indústria de beneficiamento de borracha passou por um forte período de modernização a partir de 1996, conseguindo produzir borrachas de elevado padrão de qualidade. O futuro da borracha natural brasileira As perspectivas de crescimento da produção de borracha natural no Brasil são muito positivas. Espera-se que dentro de alguns anos o país possa, pelo menos, suprir as necessidades da indústria nacional. Recentemente, alguns aspectos não vinculados à extração do látex também vêm contribuindo para impulsionar a heveicultura. Um deles se refere à proteção ao solo e aos mananciais proporcionada pelo cultivo da seringueira, o que a coloca em evidência numa época em que a preservação ambiental está no centro das preocupações. A seringueira também ganha destaque nas discussões sobre efeito estufa e aquecimento global, uma vez que estudos mostram que a árvore pode fixar carbono e, desta forma, contribuir para a redução dos gases de efeito estufa. Além disso, a Hevea brasiliensis é uma espécie apta à reposição florestal e sua madeira pode ser comercialmente explorada. Adicionalmente, outras culturas - como cacau, café e leguminosas - podem ser plantadas intercaladas com a seringueira. São os chamados Sistemas Agroflorestais ou consórcios, cujo principal benefício é a otimização do uso de uma área já ocupada, resultando em renda extra ao produtor

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