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Algodão

29/06/2009

O algodoeiro, da família Malvaceae, cultivado na região meridional do Brasil (Estados de São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul e partes de Mato Grosso e Bahia), é de ciclo anual, arbustivo, atingindo, em condições normais de cultivo, 100-160cm de altura.

Excluídas as áreas litorâneas e os solos rasos e os de acentuada acidez, assim como as glebas sujeitas a encharcamento ou com excessivo declive, pode ser cultivado em praticamente todos os solos encontrados nessa região. Seu produto principal é a fibra, para uso têxtil, embora numerosas outras aplicações tenham seus subprodutos, em especial o óleo e a torta provenientes das sementes.

CULTIVARES: IAC 19 (para áreas em ramulose) e IAC 20, as quais produzem algodão da classe de 30-32mm de comprimento de fibra.

ÉPOCA DE PLANTIO: no Estado de São Paulo, de 20 de setembro a 20 de outubro.

ESPAÇAMENTO: a distância recomendada entre linhas é de 2/3 da altura média que as plantas costumam atingir, na gleba considerada. Comumente, varia entre 70 e 110cm, porém deve ser fixada entre 95 e 105cm quando se realiza colheita mecânica, pelas dimensões da máquina. Em terrenos onde as plantas costumam ultrapassar 100cm de altura no início do florescimento aplicar regulador de crescimento.

DENSIDADE: normalmente, utiliza-se excesso de sementes, para, após o desbaste, deixar, em média, 7-10 plantas por metro linear. Entretanto, esse número pode variar de 5 a 15, conforme a fertilidade do solo e a necessidade de compensar, pela densidade, espaçamento mais largo que o recomendável, em razão da colheita mecânica.

SEMENTES NESCESSÁRIAS: 35-50kg/ha (sementes com línter), conforme seu índice de germinação, o espaçamento adotado e o tipo de solo. No caso de sementes "peladas" (deslintadas a ácido ou gás ácido), 25 a 40kg/ha. Em terrenos sujeitos a assoreamento ou formação de crostas duras no sulco, após chuva, usar quantidade mais perto dos valores máximos indicados.

TÉCNICA DE PLANTIO: sulco raso ( 5-10cm de profundidade) e pouca terra sobre as sementes (2-3cm). Adubos colocados abaixo e ao lado delas. Por se tratar de cultura que favorece a erosão do solo, efetuar plantio em nível e medidas conservacionistas nas glebas em declive.

CALAGEM E ADUBAÇÃO: para adequada recomendação de calagem e adubação mineral, há necessidade de análise do solo. Aplicar calcário para elevar o índice de saturação em bases a 60-70%. Segundo o tipo de solo, proceder da seguinte maneira: 1. Solos costumeiramente cultivados e adubados: Adubação no plantio N P2 O5 K 2O Kg/ha kg/ha kg/ha a) terras roxas......................................................10 60 60 b) arenosas e outras............................................10 60 40 ç) Terras roxas calcariadas..................................10 60 80 d) Arenosas e outras, calcariadas....................... 10 60 60 Utilizar adubo contendo enxofre (30kg/ha de S) no plantio ou em cobertura.

Em solos de cerrado e de campo corrigidos, adicionar B: 0,75-1,0kg/ha, no plantio, ou 1,0-1,5kg/ha, em cobertura ou, ainda, em 4-5 pulverizações foliares serrenais (0,15-0,20kg/ha vez de ), a partir de 40-50 dias de idade das plantas.

Em cobertura: 40-60kg/há de N, em função do desenvolvimento das plantas; nos solos mais arenosos, parcelar a aplicação, colocando parte no desbaste e o restante no início do florescimento. Aplicar o adubo na superfície do solo, em faixas estreitas a cerca de 10-20cm das plantas. 2. Solos que necessitam calagem e pouco adubados: Adubação no plantio: aumentar a adubação fosfatada indicada anteriormente para 80-100kg/há de P2O5. Após sucessivas calagens, aumentar a adubação potássica nas terras avermelhadas (1c e 1d) para 80-100kg/ha de K2O. Utilizar adubos contendo enxofre (30kg/ha de S) e, nos solos mais arenosos de cerrado e campo, boro conforme instruções anteriores.

Em cobertura: 30-50kg/há de N, parecelado em solos mais arenosos. Nos pobres em potássio, colocar parte da dose total de K2O (1/3) na primeira cobertura, antes da operação de chegar terras às plantinhas. Para glebas em pousio (pastagens, copeiras, cafezais erradicados). Quer necessitem, quer não, de calagem, a adubação nitrogenada em cobertura deve ser de 15-20kg/ha. Outros tratos culturais: desbaste(20-30 dias após a germinação), cultivos mecânicos e manuais, ou com herbicidas para manter a cultura no limpo até a colheita; usar herbicida em pré plantio incorporando ( trifluralin ) e pós emergência aos 60-70 dias em jato dirigido na entrelinha (diurom).

Controle de pragas e moléstias: medidas profiláticas: arrancamento dos restos da cultura, plantio na época recomendada e em prazo reduzido, uso de variedade adequada, rotação de cultura; controle químico: normalmente 4-7 aplicações de produtos, sistêmicos ( nas sementes, no solo ou pulverizados), de contato e ingestão, na fase inicial, e de contato, ingestão e biológico ( feromônios e outros) nas fases posteriores da cultura, de acordo com as pragas- chave da região e sua ocorrência, e seguindo as recomendações dos órgãos da Secretaria de Agricultura e Abastecimento. Ocorrendo bicudo, o número de pulverizações necessárias no ciclo pode chegar a 10-12. Contra doenças e nematóides, empregar cultivares resistentes ou tolerantes. Em quantidades menores de sementes empregadas no plantio, tratá-las com fungicidas para o controle do tombamento.

Colheita: março- meados de maio, em duas ou três passadas (manual) ou quando 80% das maçãs estiverem abertas (mecânicas). Colher algodão seco e o mais limpo possível. Em caso de uso de desfolhante, estes não deve ser aplicado antes de 60% dos frutos abertos. Produtividade: dependendo do solo e do nível tecnológico adotado, varia de 1.550 a 2.800kg/ha de algodão em caroço. Rotação: adultos verdes: mucuna- preta, crotalária, guandu; culturas; mamona, amendoim, milho, soja, milho e mucuna consorciados, uma dessas culturas plantada com material precoce associada com mucuna ou pastagem.



Eng.º- Agr.ºs IMRE LAJOS GRIDI- PAPP
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