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Colheita da cana em São Paulo

29/10/2009
A colheita da cana, este ano, em São Paulo, termina no mês de dezembro. Mas o excesso de chuva prejudicou as lavouras e parte da safra deve ficar no campo. Muita chuva, pouca colheita. Na reta final dos trabalhos nos canaviais, o tempo ruim dificulta a entrada das máquinas e inviabiliza o corte. Na Fazenda Santa Izabel, do seu Paulo Rodrigues, em Guariba, São Paulo, de abril até agora choveu 660 milímetros, o dobro do esperado para a safra inteira. No ano passado, foram 330 milímetros, contados inclusive os meses de novembro e dezembro. "Além da questão do custo, não se faz a safra na hora programada; obviamente, a cana não é vendida na hora programado; e não se recebe o dinheiro na hora que tinha programado. Nós temos hoje mais ou menos 20 dias de atraso na nossa safra. Isso significa que o fluxo de caixa está postergado 20 dias", disse seu Paulo. O rendimento da cana também deve cair. A planta que passa do ponto ideal de corte absorve mais água e entra no ciclo de reprodução. Quando solta o pendão, acaba perdendo sacarose. O seu Paulo calcula que o rendimento da fazenda neste ano deve cair cerca de dez por cento por hectare. A cana com menos açúcar pega um preço mais baixo na usina e, como o produto está mais pesado por causa da concentração de água, fica mais caro colher e transportar a carga. "Como nós estamos produzindo menos açúcar por tonelada em função da chuva, nós estamos faturando menos reais por tonelada de cana. Por outro lado, nosso custo é feito pela produtividade, ou seja, a movimentação das toneladas de cana produzidas. E com as chuvas nós produzimos mais toneladas de cana. Então, na equação nós acabamos tendo uma redução do faturamento e um aumento do custo em função de ter esse monte de chuva, essa quantidade imensa que tivemos na safra desse ano”, explicou seu Paulo. Durante as chuvas fortes dos últimos dois meses, a maioria das usinas e destilarias paulistas teve que interromper a moagem. Na usina em Sertãozinho, os funcionários aproveitaram a pausa de três dias para adiantar a manutenção dos equipamentos, que geralmente é feita em janeiro e fevereiro, na entressafra. O setor avalia que as usinas não consigam colher neste ano toda a cana disponível. "Nós tínhamos um planejamento para moagem total da cana de uma safra até 15 de dezembro. Então, essa é a típica safra que não vai terminar. Ela vai parar. Dia 15 de dezembro nós paramos a safra. Se ficar cana em pé nós moeremos essa cana no ano que vem", falou Jairo Balbo, diretor da usina. O Conselho Monetário Nacional aprovou a concessão de crédito rural para produção e industrialização da cana-de-açúcar nas áreas previstas pelo zoneamento agroecológico. Na mesma medida, ficou proibido o financiamento para produção nos biomas Amazônia e Pantanal, na bacia do Alto Paraguai, em terras indígenas e em áreas de proteção ambiental.
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