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Antibiótico de pele de rã cura doença bovina

19/07/2018
Imagem créditos: HENRY MILLEO

O antibiótico foi capaz de curar a mastite em 280 vacas durante o um período de apenas cinco dias

Um cientista mexicano do campus de Ciências Biológicas da Universidade de Guadalajara desenvolveu um antibiótico feito a partir da pele da rã-touro-americana (Rana catesbeiana) que é capaz de curar a mastite bovina sem que haja vestígios tóxicos no leite, sendo também uma alternativa para o combate de algumas bactérias. O imunologista Alfonso Islands batizou a substância de "ranimicina", que foi criada a partir do princípio de que o sapo possui antimicrobianas que se desenvolvem naturalmente para o proteger do meio ambiente. 

De acordo com o pesquisador, o antibiótico foi criado após um estudo financiado pela National Science, que buscava formas de aproveitar a pele da rã-touro. Após obter pedaços descartados por restaurantes, que passaram por um processo de homogeneização para extrair as moléculas através da centrifugação, ele descobriu que o sapo tem 23 diferentes peptídeos que servem como antibióticos naturais. 

 

"Submetemos a fórmula a testes bacteriológicos e conseguimos matar bactérias como Escherichia coli (causa de doenças intestinais), entre outras. É de amplo espectro e é um extrato muito bom para combater infecções”, explica ele. 

Testes que envolveram 280 vacas doentes mostraram que o antibiótico foi capaz de curar a inflamação das tetas dos animais em apenas cinco dias sem que fosse necessário retirá-las do processo produtivo, o que acontece em casos onde elas são tratadas com penicilina. Islands já patenteou o produto, que além de eficaz também tem processo de produção econômico, pois uma pele de sapo de 40 gramas pode render cerca de cem doses do medicamento. 

 

Agora, o especialista está desenvolvendo estudos para comprovar a eficácia da utilização do antibiótico para o tratamento de enfermidades que afetam os humanos. Islands, no entanto, indica que o medicamento só poderá ser comercializado após a realização um protocolo de pesquisa de médio prazo.  

 

"Temos resultados na aplicação para curar acne, pele micose (causada por fungos), pé de atleta, e ceratite oftálmica surge como uma complicação de qualquer cirurgia ocular ou doença conhecida como catarata", finaliza o pesquisador. 

 



AGROLINK -Leonardo Gottems
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