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Retorno das chuvas no Meio-Oeste estadunidense provocou um recuo nas cotações

27/07/2017

O retorno das chuvas no Meio-Oeste estadunidense provocou um recuo nas cotações da soja nesta última semana de julho. O bushel da oleaginosa, para o primeiro mês cotado, chegou a bater em US$ 9,81 no dia 25/07, subindo posteriormente e fechando a quinta-feira (27) em US$ 9,94, contra US$ 10,13 uma semana antes e US$ 10,25 quando do auge deste atual pico de alta ocorrido em 11/07.

As notícias climáticas, embora ainda muito desencontradas, acabaram se sobrepondo às informações de novo recuo nas condições das lavouras de soja dos EUA. De fato, segundo o USDA, até o dia 23/07, as lavouras em estado entre bom a excelente haviam recuado para 57% do total, contra 61% na semana anterior. Naquela data, 29% se encontravam em estado regular e 14% entre ruins a muito ruins (11% na semana anterior).

Em tal contexto, o clima nos EUA continuará sendo o fator principal de impacto sobre as cotações futuras em Chicago. Vale lembrar, todavia, de que em termos de volume final, eventuais prejuízos climáticos (a serem confirmados no futuro) tendem a ser compensados pelo forte aumento na área semeada (7% acima do registrado no ano anterior).

 

 

Destaque ainda para as previsões climáticas para agosto, as quais dão conta de que haverá chuvas normais nos EUA, acompanhadas por temperaturas amenas no cinturão de produção daquele país. Ora, agosto é o mês decisivo para a soja. Portanto, se isto se confirmar o quadro mais pessimista quanto ao volume da safra nos EUA poderá se reverter definitivamente em 30 dias.

 

Dito isso, as cotações não recuaram mais devido igualmente à decisão do Banco Central estadunidense em manter as taxas básicas anuais de juro entre 1% e 1,25%, fato que enfraqueceu o dólar e deu sustentação às exportações.

Neste sentido, as vendas líquidas de soja por parte dos EUA, referentes ao ano comercial 2016/17, iniciado em 1º de setembro de 2016, somaram 409.600 toneladas na semana encerrada em 13/07. Este volume ficou 61% acima da média das quatro semanas anteriores. Para o ano comercial 2017/18 o volume alcançou 1,52 milhão de toneladas. No somatório dos dois anos comerciais o volume ficou muito próximo da ponta superior do patamar esperado pelo mercado, que era de algo entre 150.000 e 2,2 milhões de toneladas (cf. safras & Mercado).   Por sua vez, o Ministério da Agricultura da Argentina, com a finalização da colheita local de soja, reviu para baixo a produção final do país para o ano 2016/17. A mesma ficou estimada, agora, em apenas 55 milhões de toneladas, contra projeções anteriores entre 57 e 58 milhões e produção final no ano anterior de 58,8 milhões de toneladas.

 

 

No Brasil, os preços pouco se alteraram já que o câmbio, igualmente, se manteve no patamar da semana anterior, ou seja, entre R$ 3,15 e R$ 3,20 por dólar. Com isso, a média no balcão gaúcho fechou esta última semana de julho em R$ 61,91/saco, enquanto os lotes ficaram entre R$ 67,00 e R$ 67,50/saco. Nas demais praças nacionais os lotes oscilaram entre R$ 55,00/saco em Sorriso (MT) e R$ 69,00/saco em Campos Novos (SC), passando por R$ 65,50/saco em Pato Branco (PR), R$ 60,00 em Pedro Afonso (TO), R$ 61,50 em Uruçuí (PI) e R$ 58,00/saco em São Gabriel (MS). Para o ano de 2018 (futura safra), os lotes em Rondonópolis (MT) estão indicando valor de R$ 61,00/saco (para fevereiro), enquanto Passo Fundo (RS) aponta o valor de R$ 69,50/saco (para abril).

Vale ainda destacar que, segundo Safras & Mercado, a safra final brasileira em 2016/17 ficou em 113,2 milhões de toneladas, com o volume no Rio Grande do Sul chegando a 17,3 milhões (bem abaixo do que estimativas oficiais mais otimistas anunciaram recentemente). No Paraná a colheita chegou a 18,7 milhões de toneladas e no Mato Grosso o volume total colhido foi de 31,4 milhões de toneladas. Ou seja, os três principais estados produtores do Brasil representaram 59,5% da última safra de soja brasileira. A produtividade média brasileira teria ficado em 3.205 quilos/hectare, enquanto no Rio Grande do Sul a mesma atingiu a 3.000 quilos/ha. A área total semeada no país foi de 35,5 milhões de hectares e a área efetivamente colhida ficou em 35,3 milhões. 

 



Por: CEEMA / UNIJUI
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